Não me venha falar sobre amenidades; tenho precisado de verdade, do sopro de vida constante que fortalece a imaginação, que transforma em ação aquilo que não se parece com nada, mas que mesmo assim faz algum sentido.
Tenho sentido calafrios, e tenho morrido todo dia de saudades, mas isso é quase a minha maior vaidade, o desejo de ainda ser quem eu um dia fui, e o apego de acreditar que você nunca mudou, que não foi embora sem me dizer adeus, e que por fim me frustrou como tantos outros já fizeram, você não, eu não seria capaz de aceitar tal fato.
Vou seguindo inventando um falso descaso, mas por dentro me lamento, vou me remoendo, acreditando que um dia, você virá a mim aflito falando sobre amor, e tudo aquilo que acreditávamos. Por hoje não me fale sobre amenidades, quero sentir por você a mesma vontade, que tive um outro dia, um outro ano, uma outra vida, talvez.
Você se foi, e eu fiquei, restaram apenas metades, que não se moldam, que não se unem, que não se completam, ficou apenas um esboço do que fui um dia, ficou apenas a vontade bendita, e o pecado cometido.
Dizer Adeus, será minha tarefa mais difícil.Impossível.
. . .
D y a n e P r i s c i l a
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Eternamente Admirados
Inerte a se observar, olhos no espelho, olhos atentos em si, eram tantos os pensamentos que por mais que tentasse não conseguia desviá-los. Já fazia um certo tempo que não se interrogava, e esta era uma tarefa mais do que necessária para tentar entender até qual ponto tudo que se tem feito, tem feito algum sentido. As escolhas que fazemos só devem nos levar a um sentido, a direção deve ser a evolução enquanto seres, e se não for assim, é melhor dar um basta e repensar em tudo, mesmo que isso não seja muita coisa. Ela ainda se observava com os olhos sedentos para saber sobre si, mas as questões a serem levantadas ainda estavam presas em sua garganta, junto com o choro que estava teimando em brotar em seus olhos nitidamente vermelhos de vida.
Ela vivia de poesias, tantos sentimentos, havia tanta magia...
Ela tem sentido saudades, tem ficado em seu canto e pensado sobre coisas que havia se esquecido já tem muito tempo. Não se deu conta do quanto tudo mudou, não percebeu o quanto já não é a mesma, e mesmo assim insiste cometendo os mesmos erros, aceitando o inaceitável, e vestindo as mesmas velhas roupas, como se fossem sua única proteção, para justificar por que tudo mudou, mas nada está fora do lugar como deveria estar. Conservando os detalhes desnecessários, ela segue tentando entender por que se esconde por detrás de seu medo inconsciente, covardia maior é não assumi-lo e se livrar dele, e dar um basta em tudo, em tudo. Do começo ao fim, e recomeçar sem medo de errar novamente.
Marcadores: abstrato, imaginário, solidão, verdade
Faz parte de tudo aquilo que eu não sabia que existia, é móvel e rápido. E a velocidade tem me assustado de uma forma que somente eu sei. Ser tudo, talvez seja uma forma de não ser nada, indefinido, extenso e tenso. Por mais que se fuja, é preciso definir quem se é, e o que se quer, e fazer escolhas, nunca foi e nem será uma tarefa fácil, pois dizer um sim, pode significar a mudança de toda uma vida, de todas as suas perspectivas, ou talvez o desatino que desencadeará erros sequentes, por uma idéia vaga e ilusória.