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O menor adeus

Não me venha falar sobre amenidades; tenho precisado de verdade, do sopro de vida constante que fortalece a imaginação, que transforma em ação aquilo que não se parece com nada, mas que mesmo assim faz algum sentido.

Tenho sentido calafrios, e tenho morrido todo dia de saudades, mas isso é quase a minha maior vaidade, o desejo de ainda ser quem eu um dia fui, e o apego de acreditar que você nunca mudou, que não foi embora sem me dizer adeus, e que por fim me frustrou como tantos outros já fizeram, você não, eu não seria capaz de aceitar tal fato.

Vou seguindo inventando um falso descaso, mas por dentro me lamento, vou me remoendo, acreditando que um dia, você virá a mim aflito falando sobre amor, e tudo aquilo que acreditávamos. Por hoje não me fale sobre amenidades, quero sentir por você a mesma vontade, que tive um outro dia, um outro ano, uma outra vida, talvez.

Você se foi, e eu fiquei, restaram apenas metades, que não se moldam, que não se unem, que não se completam, ficou apenas um esboço do que fui um dia, ficou apenas a vontade bendita, e o pecado cometido.

Dizer Adeus, será minha tarefa mais difícil.Impossível.