12:26

- - -[Eu] Em poesia


Tens os olhos mais vivos que eu já vi,
superfície mestiça, traçada a lápis. Ou giz.
Sorriso fácil, que mostra-lhe os caninos.
Menina-mulher.
E sua face de boneca, transcende definições claras,
ultrapassa a linha do definível, tornando-se mistério,
pouco ou nada decifrável.
Ela caminha como quem pisa em flores,
mas as destrói em pedaços.
Perde-se o seu olhar, perde-se o desejo.
Mãos, as garras pintadas de vermelho
A vida, em eterna caça.
Repousa seu olhar sobre os que não temem,
e os faz, querer-te. E os faz dizer-te,
todas as palavras que não seriam ditas,
os sorrisos que não seriam dados,
e os desejos que não seriam desejados.
Psicodélica personalidade, em face, de cores,
amores, sabores, hedonismo inimaginável.
O seu prazer, sua carne e a sua alma intrínsecos
inseparáveis.
Em existir, serias tu minha vocação, somente tu,
sem falsas e fáceis ilusões baixas.



Beirut - Elephant Gun

03:50

- - - Um gole de Dezembro


Sejam Bem-vindos a Dezembro, o mês mais esperado do ano, afinal de contas, é nele que tudo termina, o cansaço tem a idéia ilusória de fim, e nele também nos inspiramos para o recomeço!

Mas que recomeço?

Sejamos menos iludidos e mais objetivos. Fragmentamos a vida, para podermos assim crer que:
- Um fase foi de derrota, mas por algum motivo a outra pode ser de vitória.

Ao meu ver, tudo está sempre acontecendo, em uma constante, com apenas as divisões básicas. Começo meio e fim.
Para esclarecer: Nascer-Viver-Morrer.

E nesse ciclo único, progredir, evoluir, aprender, construir, ou destruir, que no caso é o que nós os seres humanos fazemos com mais propriedade, e mantemos nossas poses hipocritas ainda mais intocadas neste mês tão lindo, dezembro!

Sem neve, mas com pinheiros em nossas casas. Sem dinheiro, mas correndo aos shoppings e lojas para comprarmos tudo que podemos, e sem dúvida alguma o que não podemos com o 13º salário. Somos por um mês assalariados felizes!

E nessa correria de compras, nos preparamos para desejarmos:
Feliz Natal e próspero ano novo! A todos aqueles que passamos o ano todo não polpando suas orelhas dos mal dizeres, não assumidos. Hipocrisia pura, confesse, mesmo que em silêncio para si.

Em dezembro já nos aquecemos para as reclamações de começo de ano, afinal de contas, quem é que em Fevereiro já não está dizendo: Quero que este ano acabe logo!
Pois, já sofre com os pesares das compras feitas de forma insensata, todos os presentes que inconcientemente foram dados com o desejo de desabonar, todo o mal que fizeram a alguém e assim ficarem em paz com Jesus Cristo. Mera ilusão!

As pessoas se lembram do bom velhinho, aquele de barba branca, roupa de inverno em um país tropical, sorriso no rosto e aquele riso medonho "Ho-ho-ho-ho-ho Feliz Natal!", mas se esquecem de agradecer a quem realmente mereçe agradecimento, pois sem ele, não estaríamos aqui, Jesus Cristo, aquele que eu citei acima, você sabe quem é?

Todos vão a mesa, comer seus perus, suas carnes, pratos requintados, e depois de algus terem pregado o ano todo, a pose de servidor da humanidade, o que se importa com a fome mundial, se esbaldam em abundância comemorando a irrelevância da existência dos mundos de compras, e suas crianças ganham video-games, bicicletas e celulares, imaginando que comemora-se, o capitalismo vencido, o mundo do Papai Noel!

(E outras tantas crianças, mal sabem o que é este adverso natal.)

Reveillon regado a champgne!

Todos vestidos de branco, querendo paz (de espírito) por que depois de uma semana neste mundo incrível, competem como abutres pelo último pedaço de carne, do que for. Dentro do trabalho, pelo cargo almejado e atingido sem princípios, trapaciando, derrubando e denegrindo, ou até mesmo brigando pela herança, de um ente, tido teoricamente como querido.

Na realidade, estamos em constante guerra fria, vestidos de branco para tentar nos fazer de mocinhos.

Meu amigo secreto é meu inimigo antigo, eu o presenteio e dou aquele largo abraço e sorriso, afinal de contas, precisamos ter os amigos por perto, e os inimigos, mais ainda!

Ainda há alguns dias para que se lembrem que:

Jesus Cristo aquele mesmo, que alguns contam a história de que deu a vida dele pela sua, por te amar, existiu e merece sua lembrança seu agradecimento e que você conte aos seus filhos a história dele, que também é um pouco da sua, e do pequeno ou pequena, ou do grandinho que passoua vida acredidando que natal é apenas isso o ato de presentear, comer, beber e se empanturrar.

Ano novo é tempo de mudanças, menos hipocrisia, menos arrogância, adeus egocentrismo, buscar amizade e amor verdadeiros, para que no fim tudo esteja mais puro e você não tenha que dissimular no ano próximo que se Deus quiser chegará.

E por último mas não menos importante, depois de tanto tempo, talvez você tenha se esquecido, Papai Noel, é aquele mesmo do trenó, das renas que voam, dos milhares de presentes, do riso medonho. Ele não existe, foi criado apenas, para fazer você se entreter e se convencer que tem que gastar.


Enfim dezembro, Natal, Reveillon e sua chance de MUDAR!

Ps* Se o Papai Noel não fosse fruto do marketing da Coca-Cola e sim da Pepsi acredite. Seu Natal seria completamente diferente! Sacou?

03:00

- - - Docemente azeda



Quer saber eu não quero escrever poesias, por que eu sei que no fundo ninguém lê. Outra coisa que não quero fazer é, filosofar por madrugadas a dentro, com algum desconhecido, se tornando conhecido, em um chat de um portal vagabundo por aí.

Enquanto falamos sobre a vida, e a existência das dores e os amores, receber mensagens, de convites sexuais, para visões bizarras na webcam, e conter minha vontade ainda mais absurda de mandar todos os ninfomaníacos cybernéticos, tomarem coragem e procurarem ajuda. Pois, não somos canibais e sinceramente, ter um orgasmo, em um coito imaginário, não me parece nada atraente, por que para mim em sumo, todos são covardes que posam de machos dominantes em uma selva digital. Ridículo!

E o que eu disse, é real, eu cansei de poesias, cansei dessa dramaticidade, ritmada e bonita.

Agora falarei do que é real, se não for para mim, encontrarei no mundo, quem viva, tolices, pois quero rir da deslumbrante Comédia da vida humana.

E você, o que esconde, qual é a sua segunda face? Observa sua vizinha se despindo antes do banho, ou após, ou nas duas possibilidades?

Quero saber o que as pessoas fazem escondido, pois se alguma coisa têm sentido, é que em cada um existe, um viés desse puritanismo pregado, e eu estou cansada desse falso moralismo.

Não me diga, você é um desses taradinhos online?
Ou você veste as roupas íntimas da sua mãe?

Tolero, prometo não rir, mas vou descrever cada passo torto dado, pois em caminhos marcados não a graça em exeistir.

Eu cansei de ser a boa moça, cansei de fazer a pose mais bonita para a foto, quero caretas, quero línguas e bocas. Quero colocar a boca no mundo e que o mundo coloque a boca em mim, por que assim, ambos temos prazer, em sentir o gosto amargo, transformando em docê veneno para divertir.

Poetisa aposentada, escritora abandonada, cronista frustrada.

Não, eu não serei poetisa, sem rimas, apenas remelexo cintura a baixo e cintura a cima. Quero ser modelo, atriz, cantora & Dançarina. Ser Pop star, aparecer nas revistas, nua bem desenhada em linhas de photoshop, corel ou qualquer coisa que pudera, tornar tolerável os defeitos de uma simples mulherzinha.
Estrias, celulites e marquinhas.
Vou expor todas as linhas, de pernas abertas, vou parir o mundo como é, cuidado, você pode ser descrito, reescrito e perseguido, com suas taras e manias.

Eu já não serei mais poetisa,e quer saber, posarei nua tentando ser, mais alguma espécie de fruta.

Azeda e ácida, mulher limão, surgindo em linhas, estrias, letras e celulites bem descritas.

Aguarde(...)

18:31

- - - Minuto



Será o último trago-
- o penúltimo orgasmo,
o suspiro bem dado.
Não, eu não-
-Não me apaixonarei outra vez.

Talvez eu goste dos acasos.
Da crença no predestinado,
eu levo apenas sementes,
não semeadas e mãos que não foram dadas.
Beijos marcados não me agradam.

Espero olhando pela janela,
sol e lua não se encontram,
a briza, e o tempo os separam.
A penunbra do meu quarto,
desnuda minha alma.
E meu corpo está coberto, acalentado.

Os remorsos me assombram,
temo não ter coragem,
enfrendo desastres diários,
mas não acreditarei em faz-de-conta,
que não conta histórias realizadas.
Estórias melodramáticas,
de princesa sem príncipe se repetem e desfazem,
os castelos juvenis ruínas, se fazem.
Eu não serei princesa de ninguém.

Ouço o vento movimentando as árvores ,
meu sangue bombeando meu coração,
pulsação que marca o tempo,
- para esta bomba explodir.

20:38

Registrado, corpo, alma e mente




Do fato, o ato,
registrado e marcado.

Recordo-me do seu sorriso,
ao despertar em manhãs de chuva. Registro.

E todos os passos que dei em direção ao desconhecido,
o abismo fez-se a minha melhor opção.

De fato, retrato, todas as dores que trago.
De fato, não tolero amarguras, indigestas.

A realidade é o melhor presente,
embrulhado com papel transparente,
cria-se imagens, monstros e fadas.

Idéias ilusórias, são a fuga permitida.
E eu nessa constante corrida,
indo alcançar o inalcansável mundo incrível.

Do fato, fez-se o ato, de sonhar e perder-se.
De fato, fez-se o ato, de perder-se e encontrar-se.
Do fato, fez-se o ato, registro, imaginário, de vida vivida,
sorriso constante, mesmo em manhãs tão cinzas.

01:05

- - - Reflexo monocromático



E suas mãos, procuravam se aquecer, seu coração palpitava. As horas corriam por entre seus dedos, e elas se entre olhavam. Ela e seu reflexo no espelho. A covardia e a coragem.

A covardia e a coragem, observavam-se. Longos cabelos loiros, olhos lucidamente apagados, e um atraso, que a deixava ansiosa, já estava mais do que no tempo de ser tudo o que queria, mas não sabia ser.

Elas se amavam, e se odiavam em segundos, sentimentos perturbadores lhe tomavam a mente, a fazia questionar onde tudo estava, o lugar exato de cada coisa, animada, inanimada, imaterial, que construiu dia após dia como mundo. Eram apenas farsas, bem forjadas, chamadas de vida.

Havia um olhar hostil no ar, e desejo de dizer as mais duras palavras, todas as verdades que se escondeu na rotina seguida passo-a-passo, durante anos. A disciplina era seu ponto forte, e seu medo, seu ponto fraco. A rotina seguida milimetricamente, sempre a fez, sentir-se segura, ousar um passo fora da linha, passou por sua cabeça algumas vezes, mas ela nunca tentou, o medo, sempre ele a guiando para o caminho demarcado.

Está noite, ela está decidida do contrário, e se olhando, se encoraja, as suas duas faces, rosadas, coradas de coragem. Se perfuma, se apluma, se ama em silêncio e se deixa invadir, olhando-se decide, que jamais será a mesma, e a partir desta noite, nada mais irá dominá-la, além de si.

Ela pertence somente a ela, e o mundo irá seduzir.

03:58

- - -Corpo em palavras


Escorrem em mim, entre as dobras e linhas do meu corpo,
sentimentos transformandos em códigos, palavras decifráveis,
mesmo que eu não as entenda.
Cada palavra, tem vida própria, e pulsa como parte de mim,
e toma o branco da folha, da imagem do nada, transformamando...
...cada espaço vazio em um mundo repleto de elementos,
sentimentos.
Escorrem por entre meus dedos, borrando um pedaço do contexto,
as verdades que ninguém conta, as mentiras que todos dizem.
Eu faço apenas a minha parte, deixo-me transmitir o que tiver de ser,
pois quando deslizam pelo meu corpo, tomando, folha, mãos, coração,
não existe controle, eu perco o controle de tudo, e sou apenas um laço,
que liga o tangível com o imaginário, de todos que não conseguem dizer o que sentem,
e todos aqueles que também não sabem, sentir a vida, pulsando, disparada, acontecendo,
frente-a-frente, consigo, com aquele e com tudo isso.
Dentro das palavras, a vida se faz, nasce, acontece e morre.

22:36

- - -Hedonismo



Gosto do aroma do trigo,
baunilha e lentilha,
cheiro de corpos,
em momento de sigilo.
O gosto do repouso,
do morango sobre a língua,
e do vinho o tom do tempo,
em linhas maduras e intimistas.
Ouço notas opostas,
entre Vivaldi e Beethoven,
batidas mixadas ao Funk,
o balanço do pandeiro,
que também toca nos morros,
todos, arrepiam-me por inteiro,
cada um com o seu toque.
Mãos reviram páginas de um livro,
que marca a história da vida, lida.
Tocam também gelo,
e o corpo que se aquece todo em um beijo,
sentem a tensão dos músculos,
a respiração ofegante,
disparate, constante,
toca-se em fios de cabelo.
Mãos sentem desejo,
E os olhos se olham no espelho,
veem beleza, mistério, luar,
sol iluminando, flores nascendo,
chuva chegando,
corpo debruçado ao avesso, revirado,
sorriso esboçado no fim de qualquer prazer intenso.
Olhos se olham,
se tocam,
se ouvem,
se beijam,
se cheiram.

03:26

- - -Entre olhares distraídos e famintos



Olhos te olham do chão, suspiram cansados, alguns desses olhares, estão na aurora da vida, inspiram dor e lamentação, desesperança, não sabem o que é um sorriso pleno, pois sentem seus corpos inertes a passagem do tempo, como se fossem nulos para o mundo e para a vida.

Olhos te olham do chão e você não os vê, clamam aflitos, gritam, estão em todos os lugares, onde você permitir perceber, verá, existirá, um alguém, tão vivo quanto você, morrendo muito mais do que se imagina, a cada dia e a cada instante. No seu piscar, no olhar não dado à ele, matou-se uma parte ainda maior do que o resto que ainda existe. E mesmo sem força ele ainda persiste, em existir, para dizer-lhe no olhar que você não vê, que o mundo está em cólera.
( E ainda assim, ele faz mais por você, do que você por qualquer coisa além de si)

Tratados como cães, abandonados por seus irmãos, pedem água, para matar a fome de vida. Sentem sede, mas a fome os alucina, falta pão e sentir fome envergonha e assassina, a alma, o amor e a esperança.

Olhos te olham do chão, como se fossem menores, mas eles não são, somos todos iguais nesta corrente chamada vida, imploramos respostas, além das já conhecidas. E no fim todos terminaremos em um leito de morte, alguns poucos com a sorte de desfrutarem dos céus.

Mas se ainda assim, não for capaz de enxergar tudo que lhe cerca, quem sabe um dia exista resolusão certa, para tudo que você não é capaz de sentir.
Seu coração congela e sua visão turva lhe nega que o mundo, não é para todos apenas sorrir.

Olhos te olham do chão & Olhos maiores te olham dos céus.
Mas seus olhos vislumbram outras direções.








17:54

- - - Aroma de flor e vida



No fundo da alma, confesso existir, contentação. Inesperadamente sorriu descontente, olho em volta, há liberdade. Mas eu a chamo de vazio, quero percorrer os campos floridos de primavera, entre rosas, jasmins, violetas e margaridas. Sentir o aroma de vida, sendo penetrado em meu corpo, em meus poros,e as horas já não faram sentido, quero dia sendo noite e noite sendo dia, sair caminhando, e levando aos moribundos andarilhos, viventes, perdidos, o cheiro de vida que encanta e fascina.

Existe algo além daquela grande construção cinza. Existe vida, dentro, ao redor, em baixo e em cima.Mas após, o horizonte irradia, púrpura da tarde que finda, não é fim, é ínicio, principio de qualquer coisa que se queira, sonhe viajar, pois no mundo não existem fronteiras, o seu pensamento eleva, dores amores e quimeras. O aroma que despejo no mundo, alimenta, esses atos profundos de viver, sem acreditar estar preso em um furação monstruoso, que engolirá a todos no final.

Olhando para as minhas mãos, vejo linhas de acontecimentos, perdidos no tempo, que não existe para mim, veias correndo sangue, líquido vermelho, apaixonado por existir, quero minhas garras, ensanguentadas, vermelhas, por buscar o que quero, o que preciso sem desistir. Atingir, o ponto máximo da existência, alimentar o meu corpo e minha alma, exterminar minhas dores, medos, horrores e sentir então, a evolução chegar a mim, enfim.

19:21

- - -Um dia de completa loucura



Palpita coração, batendo desacelerado, pulsando forte, surtando, em tentar reanimar, o inanimado.

Falta paixão, tesão e coragem. A pele sente saudades de arrepiar-se, os olhos, arregalados, supresos, tentando esconder o medo.

O suspiro- inspiro, relaxo. Um lapso de um simples momento.
Eu e a paixão. Eu e o medo. Eu e o tesão.

No momento, só me olho no espelho, e não vejo nada, além de olhos com universos finitos, com pavor e sem brilho.

Eu quero fazer amor comigo, eu preciso, gozar a minha vida, meus sonhos indefinitos, acreditar que posso descobrir o infinito, espontâneo momento, definido, pelas linhas do meu corpo, abrigo, de vida, o oposto do que eu visto, roupas escuras, noturnas, por onde não escapa, fugaz, raio de luz.

Eu quero fazer amor comigo, contentar-me e espalmar minhas mãos, no meu lençol depois de um dia, de uma rotina boa, poder fechar os olhos, e o sorriso revelar, as minhas loucuras cometidas.

14:42

- - -Reino Lilás



E que tudo seja dito, todos os dias.
O teu corpo, pede vida.
E tua alma, quer hamornia.
Entre o céu e o inferno, encontra-ti, pois,
existe a liberdade, existe a lealdade e nem tudo,
é apenas saudade,
da infância, bonância, a discrepância permitida.
Conto de fadas onde tu és, Fada Camilla-Camomila.
Olhar de mulher, jeito de menina,
vontades de mulher, medos de menina.
O mundo, quando conhece teus podores, fascina.
No imaginário, alucinações lhe guiam,
questiona o universo, o verso-reverso de tudo.
Teus caminhos, são longos, seus sonhos,
crimes contra o marasmo e a rotina.
Tu tens a alma, masculina,
palavras cheias de alegrias, contos e causos,
que estampam risos, secam lágrimas, mudam vidas.
Teus olhos, janelas graciosas para um céu de estrelas, perdidas,
econtradas por ti e guardadas com carinho.
Existe a sua atenção e detalhismo, transforme tudo,
o teu mundo, teus amores, teus sonhos e quimeras já esquecidas,
não as esqueça, a realidade não muda a verdade.
Tu és capaz de tudo, pois és Fada do reino Lilás.
Camilla-Camomila, docê, suave e bendita.


"Como dissemos, todo dia, pode ser importante, todo dia, merece, algo especial, existir e viver, têm diferença. Hoje homenageio você, Camilla, vizinha, amiga, docê pessoa, quero-te bem, quero tua felicidade. Espero que goste, do reino que criei para ti, onde você é tudo aquilo que pode, e quer saber? Pode muito!
Adoro você, sabe que pode contar comigo sempre, espero que guarde essas palavras, que coloquei hoje no blog, para fazer valer, o que falávamos ontem. Você é muito especial, saiba disso!"

04:27

- - - O amor idealizado



A espera, contagiado pela pulsação do meu aquecido corpo, enlouqueço dentro da imensidão de querer-te.

E quero-te, como desejo à mim, quando falta-me o ar. Esperar um mínimo olhar me maltrata, mas me deixa lucido, para não perder nenhum instante de vida, cada momento, me tem valia. Quero viver-te, somente por te olhar se não posso tê-la, vou viver, a admirar.

Seus olhos, imensidão de mel, docê, mais docê que algodão docê, minha fábrica de sonhos.

Seus lábios, frutas de outono, avermelhadas, sensíveis, intocadas. Inebriam-me, querendo degustá-las, sentir teu gosto, paladar surpreendente, ardente, que me seduz.

Sua pele, de avelã, suave gosto, uma cor inesquecível, e um toque mácio, que nem a idade, irá mudar.

Vejo teus cabelos ao vento, e sinto o cheiro, de flor do campo, de mulher fresca e leve. Esse cheiro, me carrega, para além do destino rigoroso. Sua intensidade amena, me trasborda desejos, de tê-la, escultura em forma de mulher, admiro-te sorrindo e silencioso.

Amo-te, como jamais alguém amou e deixo o teu brilho iluminar o mundo, sou um simples seguidor, amparo para as tuas dores, quando senti-las...
... chore em meus ombros suas lágrimas docês.

03:52

- - -Feiliael



A sua seriedade calma,
zela por mim.
Transfigura meu eu,
acorda-me do sono,
dos que não sonham,
e vivem em pesadelos redundantes,
que não os fazem mais,
eternamente em uma constante, perdidos.
Agita-me com as tuas asas luminosas.
Coloca meus pés no chão,
mesmo com lodo não me importa,
quero sentir o úmido do descuido.
Mesmo caindo, estarei subindo,
progredindo, indo aos céus,
de mãos dadas contigo.
E se ainda assim for preciso,
grite em meus ouvidos,
tapados, pela rotina madrasta.
Quero seguir, seus amores,
seus brilhos,
suas asas,
até encontrar o céu,
e tornar-me estrela que brilhará,
no olhar de outros, poucos
que procuram uma luz para se guiar

04:44

- - -A barreira do minuto



Quando as lágrimas molharam o seu rosto, o sorriso se desfez, e deu lugar à uma feição de tristeza, que não lhe cabia n' alma.

Quantos mundos dentro de si existiria?
Em quantos dele, ela ainda se perderia?
Existiria dentro de si, algum porto-seguro?
Alguma luz, que a guiaria?

Estas e mais perguntas, surgiam em seu pensamento, desenfreadamente frenético.
O seu corpo doía, e sentia cada parte do seu eu, se desfazendo...

...Partes de si sobre a cama.
E ela rompendo a linha de cada minuto, com tamanho drama, de dor em desespero.

16:15

- - - Apressada prece de amor



Lançava-se no precipicio de amar, e amava com o fervor dos que têm fé e se ajoelham aos pés de Deus.

Ela, se ajoelhava diante do seu amor, e dedicava os seus melhores sorrisos, suas mais intensas lágrimas, e repetia diariamente, a prece, que pedia por si, para que o amor nunca fosse capaz de se matar.

Pois sabias, que um homem sempre é capaz de findar com aquilo que lhe é importante. Buscava nas suas palavras demonstrar quão entregue estava, apenas, amava. E em seus suspiros residia, o preenchimento do vazio que era seu corpo, sedento, com febre de paixão, amor e contentamento.

De joelhos, também entregava-se ao seu desejo, e seu corpo divino, clamava, pelas profanidades, esquecidas e não vividas para dar-lhe o ar necessario, d'uma simples humana, que se julga composta de carne. Desejava involuntariamente, em um espasmo físico beber o bendito líquido, de gosto indefinível, para reviver a plenitude, o encontro perfeito, sedução envolvente, de amor e paixão cega, entrega, prece susurrada aos ouvidos do amor, enquanto existe o encontro de seus corpos e almas, perdidas, no espaço de uma cama vazia, em uma noite nublada e fria.

16:00

- - - - Revelação instântanea




Nos retratos,
estão retratados,
os sorrisos que não foram dados.
Estes foram forjados.
Não há registrada lágrimas, que rolaram.
Apenas sorrisos não esboçados,
com a verdade que lhes pertence.
Esse sorriso está ausente,
da boca da moça sorridente.
Esta imagem mostra somente,
seus quinze dentes.
E ao longe a sombra,
da marca d'água,
da lágrima que rolara,
hoje e ontem.
Esta moça,
têm o sorriso profano dos que mentem.
E a sublimação,
oriunda da profundidade,
do mar que existe em seus olhos e
em sua alma, instantaneamente contente.

11:50

- - - Ingênuo sorriso



Eu quero o mais belo sorriso,
estampado no rosto.
E das dores,
eu quero o oposto.
Uma alma tão leve que possa voar.
E leve consigo os martírios de um mal dia,
e as não conquistas,
que hei de conquistar.
Um rosto seco ao vento,
briza suave,
que descabele e faça-me gargalhar.

00:10

- - - Lúdico outono




Vi folhas caírem.

E desejei cair,
do meu mundo de farsas,
pilastras falsas,
que teimam em me sustentar.

10:33

- - - O horizonte compartilhado



Caminhe de mãos dadas comigo,
á noite.
Eu quero encontrar as estrelas que se escondem do meu olhar.
Existe avidez neste encotro,
preciso percorrer o suposto,
caminho das estrelas,
que me levará ao paraíso.
Sim, você estará comigo.
Não tenha medo de desvendar,
as estrelas não iram lhe ofuscar.
Brilhos, sempre vêm para somar,
só é preciso saber lidar.

Caminhe de mãos dadas comigo,
á noite.
Eu quero encontrar as estrelas que se escondem do meu olhar.

Nada mudará se algumas se apagarem, a beleza, é a diferença, que sempre se encontra,
tanto no céu, quanto na terra e no inferno, se você se permitir lá chegar.
Não quero voar, apenas encontrar as estrelas que se escondem do meu olhar,
você, irá me acompanhar?

17:02

- - - Violeta-violenta a estranha solidão sentida



Violenta ela estava quando acordou, descobriu seu corpo nu e olhou o mundo ao redor.
paredes liláses, um quadro abstrato que retratava muitíssimo bem a sua vida, uma confusão plena em, espiral.

Nua permaneceu, seu corpo descoberto esfriou, sentou-se em sua cama e como todos os dias refletia, sobre uma frase que usaria.
E concluí que diria: Lilás me trás a sorte de mais um dia.
Lilás reacende as fagulhas esquecidas.

E o ritual diário começava. Seus passos sempre desleixados, jogados, pisavam em um tapete fofu,
que a mantinha longe da dureza e do frio do chão que estava sob seus pés.

Ela se protegia entre seus pensamentos e sentimentos,e todos os dias sabia, que tudo seria,
um jogo aberto de cartas marcadas, pirralha. Ela era apenas uma pirralha e se prestava,
a ser uma mulher,durante poucas horas e chorando o fazia.

"Lilás me trás a sorte de mais um dia. Lilás reacende as fagulhas esquecidas."

Lilás, é a cor do dia, a pessoa que ela nunca sentira.
Amanhã é a Rosa,
a cor-de-rosa que tomara suas paredes, preenchendo sua vida.

16:24

- - - Cinturões





Eu olho pro céu.Uma moça se aproxima e me pede, me suplica: “não me faça sonhar, pelo amor dos céus!”. Eu vejo um céu, ela vê vários.Não te farei sonhar, mas acordar do sonho de estar dormindo.
NÃO TE FAREI SONHAR, MAS ACORDAR DO SONHO DE ESTAR DORMINDO!
Ela me pede, ela me avisa para que olhe de perto o planeta mais nítido. Como olhar de perto um planeta?! “Acorde do sonho de estar dormindo!”, repete ela, rindo, um riso de dezesseis dentes. Eu olho e, apesar de estar sem óculos, é como se uma lente se ajustasse aos meus seis olhos, é como se uma lente se pusesse diante de um planeta distante. E eu vejo a imagem como se estivesse à minha frente. “ACORDE DO SONHO DE SE SONHAR LONGE!”

Há círculos no céu. Sim, são muitos céus. A moça estava certa em seu cálculo monumental. Aquele planeta tem manchas vermelhas, mas não como as manchas lunares. São mais como faixas horizontais. “ACORDE DO SONHO DE TER PISADO A LUA!”, brada a mulher, rasgando a roupa. E ela sussurra: É Plutão. É Plutão. É... “ACORDE DO SONHO DE OUVIR ECOS QUANDO SE DIZ UM ÚNICO NOME!”

Eu acho estranho..., Plutão tão afastado e, no entanto, tão nítido, maior do que a própria lua que até ontem eu estava pisando. Eu digo à moça que, curiosamente, havia sonhado com aquela cena, com aqueles céus, com ela nua. Ela ri. E me diz que as manchas vermelhas que vejo são cinturões magnéticos que atraem e confinam sonhos e pesadelos.
“ACORDE DO SONHO DE SONHAR VERMELHO”.

Marcelo Novaes
www.olugarqueimporta.blogspot.com

06:39

- - - Salvation



A vaidade escorre por entre os dedos,
e no espelho o sangue escorre por entre os estilhaços,
com a sua imagem destroçada,
a partes de você por todo o chão da casa.
Quem é você agora?
Juntando os pedaços, tentando reconstruir.
A imagem se perdeu enfim,
sua prisão se desfez, diga amém.
Diga.
Voce está livre para sorrir,
sentir, e ser quem sempre quis.
Sua imagem já não existe agora.
Você é apenas o ser que quiser,
pois ninguém espera mais nada de você,
e esse não esperar,
pode ser a melhor coisa que exista.
Sinta.
Não há restrição dos seus limites,
já não existe aquele espaço retângular,
onde o reflexo, te prendia a ser eternamente,
o ser inorgânico, produzido, previsível e condenado.

03:08

Grandes Mulheres



Honestamente, eu já não consigo entender e tampouco respirar quando ligo a TV, fazendo uso da simplória TV aberta.

Não vou dizer que espero grandes programas culturais, até por que existe a TV Cultura para isso, e diga-se de passagem é deliciosa, mas já não sei o que esperar, além de entreterimento, tenho vivido tempos de "embabacamento", se é que isso não é eufemismo para não dizer que vivo uma fase de atrofiamento intelectual. E pior do que isso, repulguinância ao bom senso.
Falarei do que chama a atenção, do que diverte. Mulheres! Sempre elas, lindas, exuberantes, expostas, delicadas.

-Delicadas?
Não sei onde, ou quando, aliás até sei, talvez no século passado, em seus meados, pois depois, passaram por revoluções loucas e o caminho que traçaram foi bem proveitoso, pois como podemos ver, mulheres foram reduzidas a frutas. Ou deveria dizer que as frutas, que sempre estiveram lá, saborosas, cumprindo seu papel na tabela alimentícia, sendo-nos saudável, é que foram reduzidas a mulheres?
Cabe à vocês pensar!

Vivemos a moda do exagero, e tudo que é demais, é mais do que bom, e faz ganhar dinheiro, e hoje em dia quem não quer dinheiro?
Voilá!

Surgem as mulheres de peito!
E as mulheres de bunda!

E na tv, estão as de Bunda, tremendo o corpo inteiro, dentro daquele extremo exagero, quanta gostosura, flácidos ficam os pintos indefesos.

E após elas, no canal posterior, e no anterior também, competem por audiência, aquelas que passaram por mais cirurgias e conquistaram sua credencial de S.S (Super-Siliconadas, uma liga, interessante a qual abordarei em outras ocasiões). E não vou dizer que elas se afogam em seus peitos, e nem que afogariam qualquer um que se permitisse entrar naquele espaço, pois diante de todos, na telinha, vemos, bolinhas, bolas e bolões, alguns até se parecem com bolas de voley, que mal se mexem, e se aproximam do queixo da bealdade.

E esta mesma "S.S" fala toda garbosa o quanto é delicioso, não conseguir colocar um sapato, ou deitar-se de bruço. Tranformando, coisas tão simples, em grandes obstáculos, em um mesa de cirurgia, para ter um pouco mais de audiência. E a ciência, também deve ter ficado em algum lugar, junto com o bom-senso, pois achar natural acordar no meio da noite com falta de ar, asfixiada em tanto silicone, é ainda mais bizarro do que os "pequenos" tamanhos.

Ccom certeza digo, deve ter havido, erro médico, pois além de dar-lhes exageros lindos, duros e imóveis as suas bolas de silicone. Tiraram-lhe o cérebro, ou deve ter escorrido, por alguma fenda feita para a incisão e ninguém, de tão grande que era o percebeu escorrendo.

E se percebessem diriam, de nada serviria, afinal: Ela já têm peito!

E vou trocando de canal, buscando inspiração, ou apenas diversão, mas confesso, que não me divirto vendo peitos imóveis e bundas que ficam em constante terremoto.

E se tiver que ser assim, para estas eu imploro:
- Sejam apenas. Peito e bunda.
Por que até onde eu sei, frutas não falam não e escutá-las, é tão saboroso quando jiló.

Para não parecer despeito, da literalmente despeitada e desbundada.
Opto por um livro, talvez Clarice, que sendo mulher como eu, como nós, e como as frutas, imagino que diria:

"A liberdade já não é mais um segredo, para ser livre é preciso ter peito ou bunda."
(A paixão segundo S.S)

Seria um clássico não concordam?




06:55

- - - Trinca




U.t.o.p.i.a,

desejos, a centelha necessária,
oriunda do imaginário, fantástico,
da criança que existe,
em cada ser.

S.e.r,
suprimindo as vaidades,
alavancando as virtudes,
soprando briza,
em cada docê vida.

V.i.d.a,
território sinuoso,
desconcerto luminoso,
esperança que não cessa,
e não interessa,
onde dará.

06:41

Sugestão monocromática



O dia amanheceu cinza, poucas cores, no quadro da vida. Aquarela monocromática, pintura ressecada, envelhecida.

Olhando para o céu, via-a se apenas, incognitas desenhadas, tal qual aquelas que se tropeça no meio do caminho, quando se descuída da vida.

Algumas gotas de chuva começaram a molhar, o corpo, coberto por roupas, pesadas, de inverno, entrando pela abertura do pescoço, e a sensação térmica, fria, equivalente à que se sente quando se vive o abandono.

Caminhava, por uma rua, cheia de poças d'agua, algumas pulava, tentando estabelecer uma ligação de entusiasmo, com a nova aurora. Outras poças, lhe servia de espelho, para ver o que nelas refletia, e via apenas, um corpo, com uma pequena cabeça, e um imenso céu cinza.

- "Um pequeno homem em uma imensidão mundana". Era isso traduzindo para tudo que se sentia.

Caminhando ia, sem direção, apenas tentando amanhacer o dia, pedia sol, ou algum calor que
partisse de dentro para fora.

Um cigarro, para esquecer a monotonia.
Um amante, para esquecer da solidão vivida.
Uma paixão para gozar infinitamente em algum leito,
estando despida, desejando sentir diversas vezes, frio na espinha,
e dar cor ao dia.

É isso que sugeri um nascente monocromático,
para transformar-se em um bom e longo dia.

16:47

- - - - A cor do refúgio




Unhas vermelhas borradas,
no espelho uma imagem fragmentada.
Um rosto pálido, aquecido, pelo calor do vazio.
Olheiras que marcam a escuridão de sua alma,
ela queria ser simples, e real.
Mas se perdeu em algum ponto do caminho,
ela já não se reconhece,
e busca forças para continuar.
Assiste filmes, buscando viver,
escuta história tentando entender,
tudo o que a vida não lhe oferece.
Ela não é covarde pode acreditar,
mas o seu medo,
percebem todos aqueles que a olham,
na frieza da sua indiferença,
consigo e com a vida,
ela pinta as unhas de vermelho,
mas elas estão roídas.
E se esconde do escuro que se tornou,
a sua vida,
de baixo do seu edredon,
relíquia desde menina.
Ela seria uma grande mulher,
se não fosse sua vocação para ser apenas,
uma imbecil jovenzinha.

06:48

Branco desejo




É branco e não preto,
o mundo que vejo.
Sinto cheiro de flores rosas,
mas não vejo as suas cores,
e nem as cores opostas.
Eu sinto o seu corpo,
ardendo em desejo.
E minhas mãos cortornam,
seus lábios, gélidos.
Sinto a sua respiração,
ofegante, e você na constante,
vontade delirante de ter mais de mim.
Eu não posso te ver, mas posso te sentir.
E sinto seu corpo, dentro de mim.
E sua beleza me toca,
me cala.
E eu susurro sem forças,
o que jamais havia visto.
És você um homem lindo.
Que têm o mesmo cheiro.
de flor rosa,
mas com tons opostos,
ao mundo que para mim,
costumava existir.

05:46

- - - - Flores falsas



Ainda que houvessem mentiras,
nada esconderia, o que há dentro de mim.
Existem incertezas já conhecidas,
e você passando pelo caminho de espinhos,
onde a sua flor, está guardada para o fim deste caminho.
Mas não sei se você resistirá,
não existem mais mentiras que eu possa lhe contar,
para disfarçar o sangue que escorre pelas feridas abertas.
O que te move é o aroma, das flores.
O campo florido que você sonhou desde o princípio.
E eu o vejo trilhando sem forças,
apoiado na esperança, de ter sempre esperança,
como se não tê-la fosse um pecado imperdoável.
E talvez seja.
Eu apenas secarei as suas lágrimas,
que escorrem como se fossem seu suor,
e sei que são a demonstração do seu degaste,
cansado. Chora.
E amanhã poderia ser um novo e melhor dia,
mas eu,
já não lhe contarei esta mentira.

03:17

Cheiro de vida




Entre dedos e cheiros,
mãos correm as linhas do corpo.
E a sensação da espera,
acaba,
sendo luz e vida.
Olhos fechados para o mundo,
ouvir apenas aquele batimento profundo,
um pequeno coração,
que amará tudo.
Meu olhar fixo,
perplexo,
me encontrando fora de meu corpo,
sem ser um reflexo,
muito mais que um esboço.
Uma obra divina,
saída de meu corpo,
parte minha,
parte sua.
Olhe bem para este rosto,
e este primeiro sorriso,
sendo exposto.
Momento meu que será eterno,
você se alimentando do meu corpo.
E meu amor pulsando,
em cada parte que nos une.
És você meu coração,
batendo distante deste meu desgastado,
e cansado corpo.

21:40

A visão que nada vê e tudo sente





Hoje não quero mentir, falarei sobre as minhas verdades. A minha verdade, são sempre as minhas mentiras. E escondo do mundo, quem sou, pois seria digna de julgamentos absurdos. E não os temerei por hoje, por que por algum motivo me sinto dona do mundo, não somente do meu, mundo obscuro, mas me sinto dona desta engrenagem toda, que está em mal funcionamento.

Hoje contarei devaneios, pode apostar que sou uma mulher ferida, mas que também sou uma mulher querida. Mas sobretudo, sou uma mulher, com seu coração de fera, e seu corpo de anjo, perdido, caído no mundo, tentando resistir a tudo, esse desmoronamento diário, onde tudo, não passa de barro, que eu moldo e se dasfaz moldando-se de outra forma, através da água.

Eu não tenho medo do escuro, e está aí a clara explicação para que o meu mundo seja obscuro. Gosto de tatear e sentir, os olhos me enganam sempre, mas meu coração nunca mente. Eu não tenho medo, acredite, a minha verdade consiste em sentir e mesmo que, vendo a forma seja outra, o que sinto jamais me engana ou muda. A visão se transfigura, e sua razão se perde, pelas anomalias que ela pode conter, enigmático mesmo é ver sem se questionar, e não, sentir sem poder olhar.

Eu provaria de tudo, desde o gosto das flores, até o veneno mais puro. Minha vida não se faria se não provasse as maravilhas que existem, até mesmo na maldade. Elas, não me invadem, não me fazem sofrer, eu as vivo, como quem quer degustar as possíveis mensagens, que são do Deus para nós, e não percebemos, cegos e vazios, jogados ao mundo.

Minhas feridas são sempre muito doídas, mas cada uma delas, deixa uma marca que faz de mim dia-dia, mais bela. Uma a uma cultivo, olhando-as em silêncio absurdo, me recordando, do quanto, cada traço, me foi importante, e o bastante, para me fazer ser quem sou. Eu tenho buscado sobreviver, mas tenho vivido e saído ilesas de todos os riscos.

Minha vida é uma aventura secreta de faces, olhos e metades, que meu inteiro, sólido e ligeiro, percebe sem perceberem, e me faço a verdade absoluta, de todos os que temem, pois hoje, eu já não temo a vida, pois sei que nunca morrerei, meu maior segredo, é buscar estar viva, pulsando em sigilo, no coração de todos aqueles que me cruzam.
Eu me atiro sempre no precípicio de ser, eu, dentro de cada ser...

...Agora eu estou viva em você.

02:25

- - - - Suspire feliz!




Eu tenho buscado uma simples felicidade. Um sorriso perdido no tempo, da correria do meu dia, sempre me faz sentir viva. Um sorriso alheio, dentes desconhecidos, passado inexistente e o que me existe, é apenas aquilo, dentes, boca. Sorriso!

Essa mesma felicidade, encontro em dias como o de hoje. Com um tempo aberto e claro, vento batento no calor que o sol fraco me faz sentir, e na sombra, aquele friozinho inexplicável, que arrepia o corpo. Arrepiar-se é sempre muito gostoso!

Eu poderia dizer que este sentimento se esconde de mim, mas seria mentira minha. Pois eu sei que ele está bem ali. Quando olho o céu em uma noite de outono, acredite, inspiro o ar com magia e ele me faz sentir limpa.Faz com que eu me sinta pertencente ao que há de mais lindo, eu vivo e não apenas existo, e vejo no céu as estrelas brilhando, luzes, perdidas no espaço, pedaços soltos suspensos, feitos apenas para me enfeitiçar.

Existem tantas maravilhas, que peco por não falar sobre todas, mas posso falar de pequenos prazeres, os quais chamo de felicidade.

Tomar um banho de chuva, essa delícia, é feita raramente, mas como é bom, sentir as águas do Deus, banhando nosso corpo, do céu para nós. E nós soltos, no espaço fundidos, enlaçados ao ato de se purificar.

São tantas as felicidades, pequenas mas intensas, que preferimos não nota-las, e chorarmos as delongas de dores passadas, mágoas, saudades e a incapacidade de sentir que a felicidade é um dom que nos cabe, apenas desfrutar, pois, está em nosso dia. Talvez a felicidade consista, no simples fato de respirar.

Sinto cheiro de margaridas, no ar.

21:17

- - - - Com os pés no chão





Há menos tempo, do que eu imaginava.
Existem poucas opções,
nesta vaga jornada.
Onde eu,
ser do mundo.
Não sei ser mais,
do que nada.

Há menos de mim, em mim.
E tantas coisas,
e fatos,
momentos marcados,
que jamais acontecem.
Mas eu os aguardo.

Existe um destino, um caminho a ser trilhado.
Talvez uma missão,
de resguardo.
Onde possa ser sublimado,
todos os sentimentos esquecidos,
mas que sempre pulsam latentes,
no coração do anjo,
que perdeu as asas.
E hoje vaga descalça, desfrutando,
dos cacos, que lhe envadem corpo e alma.

05:35

- - - - Abrazame




Não há tempo, que esteja a nosso favor.
Tente buscar o sentido, se perdendo no abismo,
que lhe ofereço através de meu olhar.
Me olhe e me abraçe.
Esta pode ser a última vez para estar comigo,
e quero que se lembre do meu mais sincero sorriso.
O tempo corre no sentindo oposto, dos nossos sentidos.
É arriscado, disperdiçarmos qualquer chance,
suas palavras me fizeram sorrir,
e outras me emocionaram,
fazendo lágrimas rolar.
Eu te amo e meu maior pecado,
seria esconder-lhe, e não dizer-te,
as mais belas palavras que aprendi contigo,
amo-te,
e assim sempre será,
o orvalho desta manhã marca o momento,
onde o tempo nos deu mais uma chance,
de recomeçar.
Mas este tempo é traiçoeiro,
e temo, por não saber,
quanto mais irá durar.
Este é o nosso mais bonito tempo,
o dia de hoje,
feito para nos amar.
Cale-se e abraça-me,
sentindo apenas o meu coração pulsar.