"Não cansado de ser igual, martela teu tempo, na parede do esquecimento, espera pelo o que não te contestas. O que não há razão para merecer, tua mínima atenção."
O telefone toca,
digo: Alô.
Não há resposta.
Não há pergunta.
Alguém que me confunda,
alguém que me esclareça,
ou que me faça esquecer,
da riqueza,
da pobreza,
que há em todo ser.
O telefone toca,
digo: Alô.
Não há reposta.
Não há pergunta.
Dentro da solidão que me circunda,
apego-me à um fio,
ou um não fio,
que me coloca,
próximo a um suspiro,
tímido,
ofegante,
sem voz,
sem riso,
sem respostas.
Um suspiro indeciso,
mas que me suporta,
que me comporta.
Solidão se abrigou a minha porta,
meu coração preso,
neste apartamento,
alguém sem sentimento,
que espera,
apenas,
o chamar do telefone,
para sentir-se importante,
para um vazio que não grita.
Silenciar que atina,
o sentimento de bem estar,
sem estar.
O telefone toca,
digo: Alô,
Não há resposta.
Não há pergunta.
Escutar-me
é o que me basta,
o que me importa.
"Não cansado de ser igual, martela teu tempo, na parede do esquecimento, espera pelo o que não te contestas. O que não há razão para merecer, tua mínima atenção."
2 comentários:
È muito bom estar aqui diariamente lhe acompanhando e lhe prestigiando. Espero que goste de receber comentários. è bom saber que o que escrevemos mexe com um alguém, que ás vezes não conhecemos, não é nosso caso, mas para um escritor ou um poeta saber que o que escreve reflete em alguém, é simplesmente um animo para o seu ego. Já está adicionada aos meus favoritos, pois faço questão que os meus amigos possam lhe prestigiar.
Um grande beijo,
Take care.
Oi, Pri!
Bons recursos mobilizados nesse poema. Sigamos o trajeto em vermelho. Sigamos a reincorrência das frases, com suas variantes. Percebamos que o telefone que toca é uma boa oportunidade para quem narra ouvir sua própria voz...
Beijos,
Marcelo.
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