12:26

- - -[Eu] Em poesia


Tens os olhos mais vivos que eu já vi,
superfície mestiça, traçada a lápis. Ou giz.
Sorriso fácil, que mostra-lhe os caninos.
Menina-mulher.
E sua face de boneca, transcende definições claras,
ultrapassa a linha do definível, tornando-se mistério,
pouco ou nada decifrável.
Ela caminha como quem pisa em flores,
mas as destrói em pedaços.
Perde-se o seu olhar, perde-se o desejo.
Mãos, as garras pintadas de vermelho
A vida, em eterna caça.
Repousa seu olhar sobre os que não temem,
e os faz, querer-te. E os faz dizer-te,
todas as palavras que não seriam ditas,
os sorrisos que não seriam dados,
e os desejos que não seriam desejados.
Psicodélica personalidade, em face, de cores,
amores, sabores, hedonismo inimaginável.
O seu prazer, sua carne e a sua alma intrínsecos
inseparáveis.
Em existir, serias tu minha vocação, somente tu,
sem falsas e fáceis ilusões baixas.



Beirut - Elephant Gun

03:50

- - - Um gole de Dezembro


Sejam Bem-vindos a Dezembro, o mês mais esperado do ano, afinal de contas, é nele que tudo termina, o cansaço tem a idéia ilusória de fim, e nele também nos inspiramos para o recomeço!

Mas que recomeço?

Sejamos menos iludidos e mais objetivos. Fragmentamos a vida, para podermos assim crer que:
- Um fase foi de derrota, mas por algum motivo a outra pode ser de vitória.

Ao meu ver, tudo está sempre acontecendo, em uma constante, com apenas as divisões básicas. Começo meio e fim.
Para esclarecer: Nascer-Viver-Morrer.

E nesse ciclo único, progredir, evoluir, aprender, construir, ou destruir, que no caso é o que nós os seres humanos fazemos com mais propriedade, e mantemos nossas poses hipocritas ainda mais intocadas neste mês tão lindo, dezembro!

Sem neve, mas com pinheiros em nossas casas. Sem dinheiro, mas correndo aos shoppings e lojas para comprarmos tudo que podemos, e sem dúvida alguma o que não podemos com o 13º salário. Somos por um mês assalariados felizes!

E nessa correria de compras, nos preparamos para desejarmos:
Feliz Natal e próspero ano novo! A todos aqueles que passamos o ano todo não polpando suas orelhas dos mal dizeres, não assumidos. Hipocrisia pura, confesse, mesmo que em silêncio para si.

Em dezembro já nos aquecemos para as reclamações de começo de ano, afinal de contas, quem é que em Fevereiro já não está dizendo: Quero que este ano acabe logo!
Pois, já sofre com os pesares das compras feitas de forma insensata, todos os presentes que inconcientemente foram dados com o desejo de desabonar, todo o mal que fizeram a alguém e assim ficarem em paz com Jesus Cristo. Mera ilusão!

As pessoas se lembram do bom velhinho, aquele de barba branca, roupa de inverno em um país tropical, sorriso no rosto e aquele riso medonho "Ho-ho-ho-ho-ho Feliz Natal!", mas se esquecem de agradecer a quem realmente mereçe agradecimento, pois sem ele, não estaríamos aqui, Jesus Cristo, aquele que eu citei acima, você sabe quem é?

Todos vão a mesa, comer seus perus, suas carnes, pratos requintados, e depois de algus terem pregado o ano todo, a pose de servidor da humanidade, o que se importa com a fome mundial, se esbaldam em abundância comemorando a irrelevância da existência dos mundos de compras, e suas crianças ganham video-games, bicicletas e celulares, imaginando que comemora-se, o capitalismo vencido, o mundo do Papai Noel!

(E outras tantas crianças, mal sabem o que é este adverso natal.)

Reveillon regado a champgne!

Todos vestidos de branco, querendo paz (de espírito) por que depois de uma semana neste mundo incrível, competem como abutres pelo último pedaço de carne, do que for. Dentro do trabalho, pelo cargo almejado e atingido sem princípios, trapaciando, derrubando e denegrindo, ou até mesmo brigando pela herança, de um ente, tido teoricamente como querido.

Na realidade, estamos em constante guerra fria, vestidos de branco para tentar nos fazer de mocinhos.

Meu amigo secreto é meu inimigo antigo, eu o presenteio e dou aquele largo abraço e sorriso, afinal de contas, precisamos ter os amigos por perto, e os inimigos, mais ainda!

Ainda há alguns dias para que se lembrem que:

Jesus Cristo aquele mesmo, que alguns contam a história de que deu a vida dele pela sua, por te amar, existiu e merece sua lembrança seu agradecimento e que você conte aos seus filhos a história dele, que também é um pouco da sua, e do pequeno ou pequena, ou do grandinho que passoua vida acredidando que natal é apenas isso o ato de presentear, comer, beber e se empanturrar.

Ano novo é tempo de mudanças, menos hipocrisia, menos arrogância, adeus egocentrismo, buscar amizade e amor verdadeiros, para que no fim tudo esteja mais puro e você não tenha que dissimular no ano próximo que se Deus quiser chegará.

E por último mas não menos importante, depois de tanto tempo, talvez você tenha se esquecido, Papai Noel, é aquele mesmo do trenó, das renas que voam, dos milhares de presentes, do riso medonho. Ele não existe, foi criado apenas, para fazer você se entreter e se convencer que tem que gastar.


Enfim dezembro, Natal, Reveillon e sua chance de MUDAR!

Ps* Se o Papai Noel não fosse fruto do marketing da Coca-Cola e sim da Pepsi acredite. Seu Natal seria completamente diferente! Sacou?