Tens os olhos mais vivos que eu já vi,
superfície mestiça, traçada a lápis. Ou giz.
Sorriso fácil, que mostra-lhe os caninos.
Menina-mulher.
E sua face de boneca, transcende definições claras,
ultrapassa a linha do definível, tornando-se mistério,
pouco ou nada decifrável.
Ela caminha como quem pisa em flores,
mas as destrói em pedaços.
Perde-se o seu olhar, perde-se o desejo.
Mãos, as garras pintadas de vermelho
A vida, em eterna caça.
Repousa seu olhar sobre os que não temem,
e os faz, querer-te. E os faz dizer-te,
todas as palavras que não seriam ditas,
os sorrisos que não seriam dados,
e os desejos que não seriam desejados.
Psicodélica personalidade, em face, de cores,
amores, sabores, hedonismo inimaginável.
O seu prazer, sua carne e a sua alma intrínsecos
inseparáveis.
Em existir, serias tu minha vocação, somente tu,
sem falsas e fáceis ilusões baixas.
Beirut - Elephant Gun
D y a n e P r i s c i l a
Outros Mundos
- Henrique Botarelli
- Mayuí Becker
- A arte de aprender e ensinar
- Novidades & Velharias
- Deglutição de Pensamentos
- Simplesmente Lampejo
- O lugar que importa
- Minha Penna
- HF diante do Espelho
- No rastro da Poesia
- Rô Daros
- Beijos de luz
- "A vida em um breve comentário"
- Pés nas nuvens
- Cubicularis
- Aviso aos navegantes
- Pensamentos Equivocados
- Nosso mundo imundo
- Martha Correa Online
- Bianca Feijó
Eternamente Admirados
Marcadores: amor-próprio, ângulo, mulher, personalidade, ser
U.t.o.p.i.a,
desejos, a centelha necessária,
oriunda do imaginário, fantástico,
da criança que existe,
em cada ser.
S.e.r,
suprimindo as vaidades,
alavancando as virtudes,
soprando briza,
em cada docê vida.
V.i.d.a,
território sinuoso,
desconcerto luminoso,
esperança que não cessa,
e não interessa,
onde dará.
No passado estavam,
as palavras,
os sentimentos,
e as pessoas.
Todas estavam,
e ecoavam,
no dia-a-dia,
que certo eu tinha.
Eu era,
quem tinha que ser,
a pessoa criada,
pela vida,
pelas pessoas,
profanas ou benditas.
No passado,
haviam fatos marcados,
demarcados pela rotina.
Eu fui pouco,
e não sabia.
Não era,
não havia,
não falava e
não ouvia.
Proseava e rimava,
incertezas caladas,
pelas certezas que eram me dadas.
Eu era,
quem tinha que ser.
E essa obrigação me consumia,
me dissolvia entre as ruínas,
do que me apresentavam como vida.
E esta eu engolia,
a seco.
Sem uma dose de vinho,
ou quem sabe até mesmo de pinga.
Não esquentava,
não esfriava,
não sentia.
Faziam-me engolir sem sentir,
travando por entre minhas entranhas,
o estranho ser que por costume,
costumei-me a ser.
Acomodei-me,
no vazio de simplesmente existir.
Sem perceber.
Eu era apenas,
quem tinha que ser.
Com a voz mansa, suplicam por um resgate a divindade. Nessas esquinas, não se pede subsídio para a vida material, todas as não conquistas, se deram pelos desatinos da vida, que lhes pregou peças, os levando a solidão, a uma imensidão de coisa alguma, de sentimento nenhum, enlouquecida dependência.
Pudera, são tantos os pedintes, são tantas as necessidades, embora sejam muitas as possibilidades, os que os vêem, negam-se a dar-lhe o mínimo que fora possível. Alguns querem um sorriso, outros tantos um abraço, há àqueles que pedem, palavras com sinceridade, que alguém lhes veja, e os entenda em toda a sua complexidade.
Em um momento, talvez breve, porém de certo o bastante, para se precisar do que não se têm, pedirás ao vazio, suplicarás a si toda a sua necessidade, será apenas humildade. E verá nascer mais um pedinte, você, caído sobre uma esquina da vida, onde tantos transeuntes, transitam, suas imensas vaidades e olham a ti, de forma indiferente, vêem apenas o dom das suas capacidades. É monstruosa essa vaidade.
Onde todos, não são nada, frutos de uma vida imunda, única, onde o que se vê, é o reflexo do espelho, que esconde as fragilidades, que não lhes mostra que a qualquer momento, será um pedinte como aquele que ignora, e rejeita o doar. Um simples sentimento, compaixão ou amizade.
Marcadores: espelho, fragilidades, pedido, pedintte, ser
Pela estrada,
jogava meus pensamentos,
aos ventos.
A janela me mostrava,
a utopia de uma calmaria desejada,
em momentos.
Minha alma conturbada,
estática, inanimada, buscava,
outros sonhos.
Pesadelos inoportunos,
faziam de mim a sua eterna obsessão
uma razão.
O asfalto indicava,
a certeza inusitada, de solidez no viver, mais querer.
Por entre idas e vindas,
deixava tudo que sabia, por caminhos que desconhecia,
para reviver.
Percorro as ruínas de minha alma, buscando o querer,
vou seguindo sem ser,
não sou eu, quem hei de ser.