Vai fingindo que está tudo certo, mesmo quando do céu, desbotam todas as cores. E não resta nada além do deserto assustadoramente cinza. Seus imaginários caem por terra, duendes e fadas criadas em um dia de sol, que virou chuva, que virou lama, que virou drama.
É da janela que assiste a todas as cenas, um cinema mudo, que lhe permite dar o tom incerto, também pudera, participar de tal trama, é um desejo inigualável, de ser telespectador inato. Para poucos, existe um registro, um traço, de um desenhista que figurava dores, e acertou em cheio na que sente aquele que se senta em frente a ausência das cores.
Tudo vira arte quando se arde, antes que o fogo queime-o por inteiro, e de tudo exista apenas o pó, que nada é mais, do que o vazio do consumido.
Existe um tempo, mesmo que esteja se esvaindo por entre dedos, de outras mãos que não as suas. Ainda perpetua, a crença imaculada de uma tragédia, real, vista como abstrata.
É permitido dissimular, acreditar no inacreditável, é permito sonhar e com isso fantasticamente torna real a possibilidade imutável de frustrar-se, mais uma vez das outras tantas, que guarda em sua gaveta trancada a dez chaves e um cadeado com o peso do mundo.
É no silêncio que se encontra as mais amplas respostas, das supostas dúvidas eloquentes que consomem o inconciente. Mas um som articulado e afinado ecoa, ao fundo de tudo...
...Esse silêncio é como uma linda dama, necessita ser conquistado, cuidado e amado. Não é fácil.
A noite chegará, o preto tomará o cinza. E mais uma vez, não se saberá, se haverão cores, para desbotar se assim tiver de ser, no remoto, próximo dia.