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- - -Entre olhares distraídos e famintos



Olhos te olham do chão, suspiram cansados, alguns desses olhares, estão na aurora da vida, inspiram dor e lamentação, desesperança, não sabem o que é um sorriso pleno, pois sentem seus corpos inertes a passagem do tempo, como se fossem nulos para o mundo e para a vida.

Olhos te olham do chão e você não os vê, clamam aflitos, gritam, estão em todos os lugares, onde você permitir perceber, verá, existirá, um alguém, tão vivo quanto você, morrendo muito mais do que se imagina, a cada dia e a cada instante. No seu piscar, no olhar não dado à ele, matou-se uma parte ainda maior do que o resto que ainda existe. E mesmo sem força ele ainda persiste, em existir, para dizer-lhe no olhar que você não vê, que o mundo está em cólera.
( E ainda assim, ele faz mais por você, do que você por qualquer coisa além de si)

Tratados como cães, abandonados por seus irmãos, pedem água, para matar a fome de vida. Sentem sede, mas a fome os alucina, falta pão e sentir fome envergonha e assassina, a alma, o amor e a esperança.

Olhos te olham do chão, como se fossem menores, mas eles não são, somos todos iguais nesta corrente chamada vida, imploramos respostas, além das já conhecidas. E no fim todos terminaremos em um leito de morte, alguns poucos com a sorte de desfrutarem dos céus.

Mas se ainda assim, não for capaz de enxergar tudo que lhe cerca, quem sabe um dia exista resolusão certa, para tudo que você não é capaz de sentir.
Seu coração congela e sua visão turva lhe nega que o mundo, não é para todos apenas sorrir.

Olhos te olham do chão & Olhos maiores te olham dos céus.
Mas seus olhos vislumbram outras direções.








3 comentários:

Alexandre Spinelli Ferreira disse...

Que diversidade de temas, de estilos, do suave ao pesado, sempre poético, do sensual ao sem sentido, sempre sutil.
Gostei muito do que li até agora...
Parabéns... beijos...
Sua benção!

Camilla de Godoi disse...

Hoje tivemos em mão uma pequena oportunidade de melhorar a aflição desses olhos tão carentes de vida,tão sedentos de um pouco de atenção.Nos botões tão desacreditados das urnas,aqueles que sentem além da própria dor,apertam-os com firmeza,mas,com uma grande desilusão.


Brilhante textos Dayzita!!

Andei sumida mas tô de volta!


Beijão!

Marcelo Novaes disse...

Pri,


Jogados ao chão, antes de nos olharem. Não vistos, antes de estarem no chão. Na corrente chamada vida, há elos que se imaginam estátuas-solo.


Beijos,



Marcelo.