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16:47

- - - - A cor do refúgio




Unhas vermelhas borradas,
no espelho uma imagem fragmentada.
Um rosto pálido, aquecido, pelo calor do vazio.
Olheiras que marcam a escuridão de sua alma,
ela queria ser simples, e real.
Mas se perdeu em algum ponto do caminho,
ela já não se reconhece,
e busca forças para continuar.
Assiste filmes, buscando viver,
escuta história tentando entender,
tudo o que a vida não lhe oferece.
Ela não é covarde pode acreditar,
mas o seu medo,
percebem todos aqueles que a olham,
na frieza da sua indiferença,
consigo e com a vida,
ela pinta as unhas de vermelho,
mas elas estão roídas.
E se esconde do escuro que se tornou,
a sua vida,
de baixo do seu edredon,
relíquia desde menina.
Ela seria uma grande mulher,
se não fosse sua vocação para ser apenas,
uma imbecil jovenzinha.

03:53

As lágrimas de um anjo covarde


"Minha verdade. Minha liberdade."

As lágrimas molharam,
meu rosto.

As lágrimas falaram,
o oposto.
(daquilo que eu falava)

As lágrimas dissolveram,
a máscara.
(que eu vestia fazendo graça)

As lágrimas desfizeram,
a minha farsa.
(que eu mantinha sempre intacta)

As lágrimas desnudaram,
o meu mundo.
(repleto de escudos)

As lágrimas descreveram,
meus abusos.
(de corpo e de alma)

As lágrimas demonstraram,
o que há de mais profundo.

As lágrimas inundaram tudo.

Escorriam como elas:
-minhas dores,
-desamores,
-saudades e,
-quimeras.

As lágrimas foram,
o meu completo absurdo.
Completude de minha mudez,
minha fala sensata,
incontida e inexata.

As lágrimas misturavam-se,
com soluços.

As lágrimas representavam,
minha covardia assistida.

As lágrimas foram,
minha maior demonstração de coragem.

Minhas lágrimas,
transformaram-se em asas.
Minha desumanização,
tornando-me,
uma divindade.

"Minha verdade. Minha liberdade."