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03:31

Lápis e Rímel


"Esse sorriso pintado, disfarsa, as marcas de tantas lágrimas derramadas."

Eu gosto do negro dos meus olhos.
O escuro que revela o claro,
que trago em minh'alma.
Eu gosto quando me faço,
quando me pinto,
me fantasio.
Sou um palhaço da vida,
dos dias,
do destino.
Não me importo com o que pensam,
eles me dizem,
o que não ouço.
Eu sou um palhaço bondoso,
aquele que faz rir,
e depois chora,
as dores que viu no mundo.
Minha maquiagem borra,
revela minha dor,
ela é preta,
escura e escorre.
Transborda meus olhos,
meu rosto,
invade meu corpo.
As dores do mundo,
entristecem o palhaço,
que agora lágrimas negras chora.


"Esse sorriso pintado, disfarsa, as marcas de tantas lágrimas derramadas."

15:31

Redenção cristalina



Como cristais,
escorriam pela janela.
Me lembro do que via,
me lembro que cristais eram.

-Eram também,
lágrimas do Deus,
gotas d'água do céu.

Se faziam involuntariamente,
escorriam lentamente,
pela minha janela,
minha porta para o céu.

A visão que eu tinha,
se desfocava,
e eu olhava através dos cristais,
das lágrimas,
d'água.

Era a vida,
a natureza infindável.
Meus sentimentos e,
temores,
pelo vidro me olhavam.

Essas lágrimas do Deus,
me levaram,
até o eu,
que eu,
já não encontrava.

Cristais,
sem brilho.
Cristais líquidos,
preciosidade que evapora.
Levando consigo meus medos de outrora.

03:53

As lágrimas de um anjo covarde


"Minha verdade. Minha liberdade."

As lágrimas molharam,
meu rosto.

As lágrimas falaram,
o oposto.
(daquilo que eu falava)

As lágrimas dissolveram,
a máscara.
(que eu vestia fazendo graça)

As lágrimas desfizeram,
a minha farsa.
(que eu mantinha sempre intacta)

As lágrimas desnudaram,
o meu mundo.
(repleto de escudos)

As lágrimas descreveram,
meus abusos.
(de corpo e de alma)

As lágrimas demonstraram,
o que há de mais profundo.

As lágrimas inundaram tudo.

Escorriam como elas:
-minhas dores,
-desamores,
-saudades e,
-quimeras.

As lágrimas foram,
o meu completo absurdo.
Completude de minha mudez,
minha fala sensata,
incontida e inexata.

As lágrimas misturavam-se,
com soluços.

As lágrimas representavam,
minha covardia assistida.

As lágrimas foram,
minha maior demonstração de coragem.

Minhas lágrimas,
transformaram-se em asas.
Minha desumanização,
tornando-me,
uma divindade.

"Minha verdade. Minha liberdade."