16:00

- - - - Revelação instântanea




Nos retratos,
estão retratados,
os sorrisos que não foram dados.
Estes foram forjados.
Não há registrada lágrimas, que rolaram.
Apenas sorrisos não esboçados,
com a verdade que lhes pertence.
Esse sorriso está ausente,
da boca da moça sorridente.
Esta imagem mostra somente,
seus quinze dentes.
E ao longe a sombra,
da marca d'água,
da lágrima que rolara,
hoje e ontem.
Esta moça,
têm o sorriso profano dos que mentem.
E a sublimação,
oriunda da profundidade,
do mar que existe em seus olhos e
em sua alma, instantaneamente contente.

11:50

- - - Ingênuo sorriso



Eu quero o mais belo sorriso,
estampado no rosto.
E das dores,
eu quero o oposto.
Uma alma tão leve que possa voar.
E leve consigo os martírios de um mal dia,
e as não conquistas,
que hei de conquistar.
Um rosto seco ao vento,
briza suave,
que descabele e faça-me gargalhar.

00:10

- - - Lúdico outono




Vi folhas caírem.

E desejei cair,
do meu mundo de farsas,
pilastras falsas,
que teimam em me sustentar.

10:33

- - - O horizonte compartilhado



Caminhe de mãos dadas comigo,
á noite.
Eu quero encontrar as estrelas que se escondem do meu olhar.
Existe avidez neste encotro,
preciso percorrer o suposto,
caminho das estrelas,
que me levará ao paraíso.
Sim, você estará comigo.
Não tenha medo de desvendar,
as estrelas não iram lhe ofuscar.
Brilhos, sempre vêm para somar,
só é preciso saber lidar.

Caminhe de mãos dadas comigo,
á noite.
Eu quero encontrar as estrelas que se escondem do meu olhar.

Nada mudará se algumas se apagarem, a beleza, é a diferença, que sempre se encontra,
tanto no céu, quanto na terra e no inferno, se você se permitir lá chegar.
Não quero voar, apenas encontrar as estrelas que se escondem do meu olhar,
você, irá me acompanhar?

17:02

- - - Violeta-violenta a estranha solidão sentida



Violenta ela estava quando acordou, descobriu seu corpo nu e olhou o mundo ao redor.
paredes liláses, um quadro abstrato que retratava muitíssimo bem a sua vida, uma confusão plena em, espiral.

Nua permaneceu, seu corpo descoberto esfriou, sentou-se em sua cama e como todos os dias refletia, sobre uma frase que usaria.
E concluí que diria: Lilás me trás a sorte de mais um dia.
Lilás reacende as fagulhas esquecidas.

E o ritual diário começava. Seus passos sempre desleixados, jogados, pisavam em um tapete fofu,
que a mantinha longe da dureza e do frio do chão que estava sob seus pés.

Ela se protegia entre seus pensamentos e sentimentos,e todos os dias sabia, que tudo seria,
um jogo aberto de cartas marcadas, pirralha. Ela era apenas uma pirralha e se prestava,
a ser uma mulher,durante poucas horas e chorando o fazia.

"Lilás me trás a sorte de mais um dia. Lilás reacende as fagulhas esquecidas."

Lilás, é a cor do dia, a pessoa que ela nunca sentira.
Amanhã é a Rosa,
a cor-de-rosa que tomara suas paredes, preenchendo sua vida.