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21:55

- - - Assassinos de mim

Tem tanta gente culpada se passando por inocente. Ninguém condenará todos aqueles que me fizeram chorar lágrimas de sangue. Só por que não havia cor, não significa que não houve dor, e que cada uma das lágrimas, carregava consigo os pesares mais sofridos de uma alma aflita.


Todos aqueles que jamais odiei, e que também jamais me odiaram marcaram, mesmo que eu não quisesse, mesmo que eu nunca tenha desejado, e que poderia preferir milhares de vezes, que eles tivessem sido apenas mais um em um milhão de outras pessoas que podem cruzar meu caminho. Deixaram marcas desnecessárias de descaso e egoísmo.

Todos vocês ingratos deveriam se unir em uma corrente egoísta de mentes hipócritas e corações vazios. Por que talvez juntos e sofrendo ao desprezo diário de cada um, talvez soubessem pelo menos por um instante o que é ter e perder alguém, que se ame, ou que se precise, mesmo que sem saber o motivo.

Preferia ser como vocês, à ter um coração tão maltratado quanto o meu. Mas alguém ou algo, não quis que fosse assim, e eu sou bem diferente, tão diferente a ponto de continuar amando, todas as palavras que eu sei que são de mentira e continuar me realizando com sorrisos que eu sei que em pouco tempo estarão desfeitos e só existiram em meus pensamentos de saudade, de vontade e de condenação, por minha eterna capacidade de ser passional e ligeiramente inconsequente.

Que seja assim, estranhos presentes, amores ardentes, e que ao menos o tempo seja justo, passando e apagando, todas as dores que me causaram esses assassinos de mim.



02:45

- - - Benditos


São as construções que destroem tudo, verticalizações vertiginosas do eu em outrora, em estado absoluto. Perseguições mal sucedidas, de um dia que já existiu. A tentativa honrosa de glória, e a derrota obstinada, suada.

Mudos eloquentes, observam a trágica história. Olhares de gatos arregalados, traiçoeiros, sagazes e ferozes.
Esperando pela fração do seu coração que se parte, ao ser devorado em estado covarde. Já nem bate, não pulsa e não impulsiona a fome do vencedor.

Tamanha necessidade, em morte, sem sorte, vagando como um perdedor. O peito ao vento, sinais de desalento, olhar lânguido em lágrimas inoportunas, secando-as em vergonha.

É o caminho que lhe vale, sem valia alguma. A anulação do seu passado que não fora entalhado, escrito na terra de um vale qualquer, desmorona.

Descalço sedento, tremendo em densa solidão. Os observadores silenciam seus olhares, e aplaudem a mais uma desilusão. É a derrota que lhe cabe, é o frio que lhe invade.

És mais um cristão abençoado em imersão, emergindo dos valores apaixonados. Há um Deus que guiará seus passos, mas de seus irmãos, apenas os aplausos, ao descaso com seu coração, que pulsa vivo fora de seu corpo, amargando ingratidão.

22:36

- - -Hedonismo



Gosto do aroma do trigo,
baunilha e lentilha,
cheiro de corpos,
em momento de sigilo.
O gosto do repouso,
do morango sobre a língua,
e do vinho o tom do tempo,
em linhas maduras e intimistas.
Ouço notas opostas,
entre Vivaldi e Beethoven,
batidas mixadas ao Funk,
o balanço do pandeiro,
que também toca nos morros,
todos, arrepiam-me por inteiro,
cada um com o seu toque.
Mãos reviram páginas de um livro,
que marca a história da vida, lida.
Tocam também gelo,
e o corpo que se aquece todo em um beijo,
sentem a tensão dos músculos,
a respiração ofegante,
disparate, constante,
toca-se em fios de cabelo.
Mãos sentem desejo,
E os olhos se olham no espelho,
veem beleza, mistério, luar,
sol iluminando, flores nascendo,
chuva chegando,
corpo debruçado ao avesso, revirado,
sorriso esboçado no fim de qualquer prazer intenso.
Olhos se olham,
se tocam,
se ouvem,
se beijam,
se cheiram.