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05:46

- - - - Flores falsas



Ainda que houvessem mentiras,
nada esconderia, o que há dentro de mim.
Existem incertezas já conhecidas,
e você passando pelo caminho de espinhos,
onde a sua flor, está guardada para o fim deste caminho.
Mas não sei se você resistirá,
não existem mais mentiras que eu possa lhe contar,
para disfarçar o sangue que escorre pelas feridas abertas.
O que te move é o aroma, das flores.
O campo florido que você sonhou desde o princípio.
E eu o vejo trilhando sem forças,
apoiado na esperança, de ter sempre esperança,
como se não tê-la fosse um pecado imperdoável.
E talvez seja.
Eu apenas secarei as suas lágrimas,
que escorrem como se fossem seu suor,
e sei que são a demonstração do seu degaste,
cansado. Chora.
E amanhã poderia ser um novo e melhor dia,
mas eu,
já não lhe contarei esta mentira.

03:31

Lápis e Rímel


"Esse sorriso pintado, disfarsa, as marcas de tantas lágrimas derramadas."

Eu gosto do negro dos meus olhos.
O escuro que revela o claro,
que trago em minh'alma.
Eu gosto quando me faço,
quando me pinto,
me fantasio.
Sou um palhaço da vida,
dos dias,
do destino.
Não me importo com o que pensam,
eles me dizem,
o que não ouço.
Eu sou um palhaço bondoso,
aquele que faz rir,
e depois chora,
as dores que viu no mundo.
Minha maquiagem borra,
revela minha dor,
ela é preta,
escura e escorre.
Transborda meus olhos,
meu rosto,
invade meu corpo.
As dores do mundo,
entristecem o palhaço,
que agora lágrimas negras chora.


"Esse sorriso pintado, disfarsa, as marcas de tantas lágrimas derramadas."