Com a voz mansa, suplicam por um resgate a divindade. Nessas esquinas, não se pede subsídio para a vida material, todas as não conquistas, se deram pelos desatinos da vida, que lhes pregou peças, os levando a solidão, a uma imensidão de coisa alguma, de sentimento nenhum, enlouquecida dependência.
Pudera, são tantos os pedintes, são tantas as necessidades, embora sejam muitas as possibilidades, os que os vêem, negam-se a dar-lhe o mínimo que fora possível. Alguns querem um sorriso, outros tantos um abraço, há àqueles que pedem, palavras com sinceridade, que alguém lhes veja, e os entenda em toda a sua complexidade.
Em um momento, talvez breve, porém de certo o bastante, para se precisar do que não se têm, pedirás ao vazio, suplicarás a si toda a sua necessidade, será apenas humildade. E verá nascer mais um pedinte, você, caído sobre uma esquina da vida, onde tantos transeuntes, transitam, suas imensas vaidades e olham a ti, de forma indiferente, vêem apenas o dom das suas capacidades. É monstruosa essa vaidade.
Onde todos, não são nada, frutos de uma vida imunda, única, onde o que se vê, é o reflexo do espelho, que esconde as fragilidades, que não lhes mostra que a qualquer momento, será um pedinte como aquele que ignora, e rejeita o doar. Um simples sentimento, compaixão ou amizade.
"Em todo ser há um pedinte, e para todo pedinte há um pedido"
1 comentários:
Fotos em preto e branco, ou quase...Talvez as cores que melhor retratem certos aspectos da vida.
Muito legal sua apresentação do pedir e do pedido de quem pede, e da permutação do lugar de quem pode dar e /ou pedir hoje/amanhã.
Ritmo legal, bem concatenado,é uma reflexão em prosa poética que flui um pouco como um rio que chega num açude pedindo por mais água...
Parabéns!
beijão.
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