Pensando bem:
Tá faltando a graça e as palhaçadas que nos façam rir.
Tou contando desgraças, me emprestas uns dedos aí?
Nessa vida de mordaças, sou sadomasoquista por imposição!
Entre trapos e agrados,
na linha interminada, facetas montadas, é a minha opção.
Quero o seu riso mais intenso, seus olhos os mais atentos.
Existe uma nova constituição, constituída em descaso e embaraços sociais.
Na sarjeta glamurosa, seu brilho vencido ofusca a verdadeira visão.
De salto nas esquinas, despido no inverno, em frente ao restaurante passando fome;
não come, não desfila, não veste os panos da moda.
"Senhora me dá um trocado?"
Não, ela só tem notas de cem!
Vamos seguindo em nossos blindados, ignorando e ignorável, fingindo que está tudo bem!
Enquanto pagamos pela nossa felicidade, tendo a sorte dos que não tem,
criamos monstros invisíveis, que ao fundo do que não sabemos,
são crianças com anseios, e sonhos pequenos, e o simples desejo de uma vida verdadeiramente feliz.
D y a n e P r i s c i l a
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Eternamente Admirados
Marcadores: desamor, esquecimento, ser-humano, sofrimento, vida
São as construções que destroem tudo, verticalizações vertiginosas do eu em outrora, em estado absoluto. Perseguições mal sucedidas, de um dia que já existiu. A tentativa honrosa de glória, e a derrota obstinada, suada.
Mudos eloquentes, observam a trágica história. Olhares de gatos arregalados, traiçoeiros, sagazes e ferozes.
Esperando pela fração do seu coração que se parte, ao ser devorado em estado covarde. Já nem bate, não pulsa e não impulsiona a fome do vencedor.
Tamanha necessidade, em morte, sem sorte, vagando como um perdedor. O peito ao vento, sinais de desalento, olhar lânguido em lágrimas inoportunas, secando-as em vergonha.
É o caminho que lhe vale, sem valia alguma. A anulação do seu passado que não fora entalhado, escrito na terra de um vale qualquer, desmorona.
Descalço sedento, tremendo em densa solidão. Os observadores silenciam seus olhares, e aplaudem a mais uma desilusão. É a derrota que lhe cabe, é o frio que lhe invade.
És mais um cristão abençoado em imersão, emergindo dos valores apaixonados. Há um Deus que guiará seus passos, mas de seus irmãos, apenas os aplausos, ao descaso com seu coração, que pulsa vivo fora de seu corpo, amargando ingratidão.
Ele está perdendo o fôlego, deixando o jogo o vencer e o medo o levar para o abismo. Terrível são os seus anseios, e ele já não pensa em mais nada além, os dias são curtos e as noites longas em devaneios, prazeres imensuráveis e notavelmente consumíveis horas aflitas em prazer que se finda, ao amanhecer.
Desperta para o nada, e se cala. Levanta-se e veste, suas vestes de rei.
Quem é esse homem que se levanta ao lado daquela moça bonita, de cabelos loiros, pele aveludada, olhar de príncesa amorosa, amedrontada. Ele nada lhe fala, apenas a observa, com pressa, desprezo e uma certa agonia que grita, desbravando a mudez que afligi todos os olhares que não os vêem.
E seu dia começa enfim.Vestido para governar sua vida desgovernada, falhas, lacunas disfarçadas.Não diz adeus, ou sequer qualquer palavra, joga cédulas de cem, na cama bagunçada, consome de forma saborosa seu pecado em existir. Calado, silencioso e certeiro, sabe o roteiro do seu dia, como uma máquina pré-determinada, programada a fazer o que tem que ser feito.
Ele a deixa jogada como uma companheira de noitada, paga, sem pedir!
Da porta que por ele foi fechada,dela escorrem lágrimas de sonhos frustados, que construíu, brincando de ser um príncipe encantado, mas ele é um rei devoto do diabo, despota, agressivo e safado, sem crenças e sem sonhos. Seu cavalo é negro, e carrega consigo apenas os medos, de homem que já foi deixado, agora vinga-se do amor, deixando marcas de desprezo, conquista todas as noites mais uma vítima, alimenta-a, com falsos sonhos, e a mata ao amanhecer, consumindo não só seu corpo, mas sua alma. Levando dela a dignidade, e o desejo de fazer o amor existir.