Sobre essas encenações tenho apenas uma unica coisa a falar: Se continuar assim não vai dar!
Não consigo ver verdade nesse sorriso, nem me arrepiar com a gargalhada escandalosa, da piada mal contada das desventuras diárias.
Esse choro preso, esses olhos sem água, sem lágrimas, sem saudade, sem amor, sem tristeza, sem verdade, nem mesmo para pensar no que já foi, no que nunca será, na ausência que corrói, ou na presença que alimenta, nada emociona nem mesmo se tentar.
Estão forçando o amor, estão forçando as palavras, e se não tiverem nada melhor para dizer, que não digam, pois o silêncio e mais eloqüente do que todas as palavras vomitadas em uma retórica decorada e incorrigível, o programa aqui é ao vivo e não há tempo para apagar, ou arrumar o que já não tem mais jeito...
...Sem jeito é também, o abraço afrouxado, é o beijo sem lábios e o aperto de mão forçado.
A prática leva a perfeição, a entrega, a necessidade, a saudade, a vontade que nos deixa à vontade. Não praticar verdades, nos leva a mentiras, mentimos não somente nas palavras, mas em nossos atos, tão forjados e falsos.
Estamos ligados no automático, como a câmera que não nos filma, não temos registro para ser usado como prova de culpa, pela incompetência em atuar livremente, viver sem pudores, sorrir com todos os dentes, chorar debruçado nas dores, as dores de verdade, aquelas que ninguém mais sente.
Ainda contando os milagres que você não acredita, segue dizendo as coisas que até Deus duvida.
E todas as cenas vão acontecendo, como um show sem nexo. Há de haver algum sentido, mesmo que na contramão de tudo e de todos, esse roteiro não pode estar assim tão perdido.
Mas mesmo assim, sendo tudo ao vivo, existe o intervalo para alimentarmos outras tantas vaidades, nesse momento quem encena grita, quer convencer, seduzir em um desespero aflito, de ser de muitos de ganhar sobre todos os custos, de ser o melhor, o maior, o absoluto. É uma guerra declarada de quem chama mais atenção. Gritem seus abusos por favor! Quem dera aqui cada um tivesse apenas trinta segundos. É um intervalo sem fim...
...E quando roubamos a cena e voltamos ao programa original, depois de algum tempo imergido na perdição das nossas cenas, talvez façamos valer a pena, deste até o último bloco, para que então existam aplausos, que não sejam meramente, efeitos sonoplásticos...
1 comentários:
Ouvindo "vida louca vida" e seu texto foi uma experiência foda demais Dayzita.Esse eterno "SHow de Truman" que é a vida,que as vezes as mentiras se tornam as verdades mais incontestáveis,e a vontade de gritar contra corrente me toma,mas o grito é abafado pela moral plantada das regras do jogo,e como você disse,bem ou mal,feliz ou não,o show tem que continuar,não é?
Saudades Vizinha!
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