D y a n e P r i s c i l a
Outros Mundos
- Henrique Botarelli
- Mayuí Becker
- A arte de aprender e ensinar
- Novidades & Velharias
- Deglutição de Pensamentos
- Simplesmente Lampejo
- O lugar que importa
- Minha Penna
- HF diante do Espelho
- No rastro da Poesia
- Rô Daros
- Beijos de luz
- "A vida em um breve comentário"
- Pés nas nuvens
- Cubicularis
- Aviso aos navegantes
- Pensamentos Equivocados
- Nosso mundo imundo
- Martha Correa Online
- Bianca Feijó
Eternamente Admirados
E suas mãos, procuravam se aquecer, seu coração palpitava. As horas corriam por entre seus dedos, e elas se entre olhavam. Ela e seu reflexo no espelho. A covardia e a coragem.
A covardia e a coragem, observavam-se. Longos cabelos loiros, olhos lucidamente apagados, e um atraso, que a deixava ansiosa, já estava mais do que no tempo de ser tudo o que queria, mas não sabia ser.
Elas se amavam, e se odiavam em segundos, sentimentos perturbadores lhe tomavam a mente, a fazia questionar onde tudo estava, o lugar exato de cada coisa, animada, inanimada, imaterial, que construiu dia após dia como mundo. Eram apenas farsas, bem forjadas, chamadas de vida.
Havia um olhar hostil no ar, e desejo de dizer as mais duras palavras, todas as verdades que se escondeu na rotina seguida passo-a-passo, durante anos. A disciplina era seu ponto forte, e seu medo, seu ponto fraco. A rotina seguida milimetricamente, sempre a fez, sentir-se segura, ousar um passo fora da linha, passou por sua cabeça algumas vezes, mas ela nunca tentou, o medo, sempre ele a guiando para o caminho demarcado.
Está noite, ela está decidida do contrário, e se olhando, se encoraja, as suas duas faces, rosadas, coradas de coragem. Se perfuma, se apluma, se ama em silêncio e se deixa invadir, olhando-se decide, que jamais será a mesma, e a partir desta noite, nada mais irá dominá-la, além de si.
Ela pertence somente a ela, e o mundo irá seduzir.
No fundo da alma, confesso existir, contentação. Inesperadamente sorriu descontente, olho em volta, há liberdade. Mas eu a chamo de vazio, quero percorrer os campos floridos de primavera, entre rosas, jasmins, violetas e margaridas. Sentir o aroma de vida, sendo penetrado em meu corpo, em meus poros,e as horas já não faram sentido, quero dia sendo noite e noite sendo dia, sair caminhando, e levando aos moribundos andarilhos, viventes, perdidos, o cheiro de vida que encanta e fascina.
Existe algo além daquela grande construção cinza. Existe vida, dentro, ao redor, em baixo e em cima.Mas após, o horizonte irradia, púrpura da tarde que finda, não é fim, é ínicio, principio de qualquer coisa que se queira, sonhe viajar, pois no mundo não existem fronteiras, o seu pensamento eleva, dores amores e quimeras. O aroma que despejo no mundo, alimenta, esses atos profundos de viver, sem acreditar estar preso em um furação monstruoso, que engolirá a todos no final.
Olhando para as minhas mãos, vejo linhas de acontecimentos, perdidos no tempo, que não existe para mim, veias correndo sangue, líquido vermelho, apaixonado por existir, quero minhas garras, ensanguentadas, vermelhas, por buscar o que quero, o que preciso sem desistir. Atingir, o ponto máximo da existência, alimentar o meu corpo e minha alma, exterminar minhas dores, medos, horrores e sentir então, a evolução chegar a mim, enfim.