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Caminho da saudade

Ela apenas sentia saudade, tentava compreender, essa estranha liberdade, derivada, da ausência de quem se quer ter e não se têm.

Fisicamente livre, independente, dona de seus caminhos, seus passos e traços. Fugaz contentava-se, com este vazio que a percorria, e a fazia pedrificar seu coração, para nada sentir, além do tempo que não deixa de correr.

Essa saudade a prendia, quando não se deixava esquecer, era um querer intenso, tamanho é esse mal querer, que quando chega invade sem medo o coração indefeso, daquele que por muito já rogou, não querer mais sofrer.

Saudade chega sem pedir licença, abre alas, de mundos e fraquezas, lembranças e purezas, que teimam em regressar, sentir saudade, é não ter vaidade, pois com ela, lágrimas hão de rolar.

"Gotas de saudade regam dias de não amor"

1 comentários:

Marcelo Novaes disse...

Lady,
Saudade é liberdade. Liberdade pela ausência. Ausência que deixa livre para..., mas que petrifica o coração. Então, anestesia.Então, saudade é liberdade de estar anestesiado. E preso também. Mas uma prisão entorpecida...Por aí vai você.

Você é uma pessoa que escreve para localizar correntes e contracorrentes das emoções narradas. Você tende a querer explorar os paradoxos.Esse é o tipo de temática que requer vontade real de tentar dar nomes ao quase-sem-nome.Muita gente acha isso melancólico ou "escuro demais". Bom, por qualquer razão que seja, o "Hades" te parece familiar...

Beijos,



Marcelo.