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Suspenso eu penso




"Imagine if distance desappear, so you could be here"

Ao olhar pela a janela do meu apartamento, que não é tão perto do céu, mas que se afasta um pouco, da estabilidade terrestre, eu vejo um horizonte, que acaba após dois quarteirões.


Moro eu, no 4º andar, de um prédio que fica em uma rua, um pouco atrás da avenida, onde tudo se encontra, aquelas tumultuadas avenidas, que todos passam, para ir, ou para vir. Você sabe como é.

A olhar pela vitrine que eu tenho de vida, vejo menos do que gostaria, não existe jardins, que me encham com alegria de vida. Existem muros e pequeninas janelinhas, onde as pessoas colocam as caras, apenas para garantir que o que os outros vivem, ainda é o mesmo.

Sistematicamente, tudo é monitorado, pela certeza da monotonia. Eu busco ver um pouco mais do que estes telhados, uniformemente posicionados, o céu de toda gente, que ocupa o espaço sob ele. Tento imaginar, quantos sonhos, têm aquele que deixa a luz acesa para dormir, ou o que não foi bom, para que em outra janela, a luz se apagasse cedo, como uma grande vontade, que a luz natural preencha o espaço e traga nova vida.

Eu vejo telhados e janelas, pouca vida natural, nem flores, nem sorrisos, não vejo lágrimas e nem bichinhos. Apenas fico a imaginar o que este meu restrito horizonte, com imagem não bucólica, esconde em suas veias, que pulsam vida. E que eu apenas desconheço.

Essa distância que existe, entre eu e todo o mundo, mesmo dentro do meu horizonte, é fonte, para que eu me questione, e sinta, as pessoas que nunca vi, e tente perceber o que há no outro ser.
Após os quarteirões, que eu vejo, o tumulto, é como uma realejo, que trás consigo, o imaginável, mundo inconstante, queria eu que essa distância, não fosse fonte de imaginar, mas sim de viver.

Eu moro na rua, atrás da grande avenida, em um prédio de cores distintas, em um apartamento no quarto andar, que me deixa suspenso ao ar, e me permite imaginar e ver, um pouco mais do que deveria. Aqui eu tenho meus devaneios, minhas ilusões e desilusões, aqui faço da minha vida, uma obra literária que a cada dia, escrevo mas um longa ou curta página, mas que a distancia de corpos, faz com que o que sou não seja tanto para tantos.

Na rua atrás da grande avenida, existe uma descida, que termina neste prédio, sem flores coloridas, mas cor em suas paredes longas, que se misturam com o céu, neste prédio há uma janelinha, que a luz sempre está acesa, é a sede de viver. Eu moro aí, neste espaço de pensamentos, venha me visitar, e mergulhar no meu mundo e em meu horizonte.

Em seu horizonte o que vê de mais profundo, toca você, a distancia dos que não conhece a faz enxergá-los, onde está você, em que lugar ficas, que o mundo não a permite ver. Me diga, se eu souber, viverei mais de você, perto, dentro deste teu mundo, que deve ser intenso e profundo, mesmo que o horizonte, não seja fonte de sonhar ou sorrir.

"Imagine if distance desappear, so you could be here"

1 comentários:

Marcelo Novaes disse...

Oi, Priscila.

Essa janelinha, cuja luz fica acesa até altas horas, é a sua...
Se apenas pudéssemos saber dos horizontes alheios, enxergá-los, e mostrarmos que enxergamos, concordando ou não, essas barreiras multiplicadas em cubículos minúsculos seriam menores.Por enquanto, elas são milhares de milhões. Mas alguns fazem vigília, montam guarda, pra pescar as realidades nas circunvizinhanças. Ou mais longe.
Durma em PAZ!

Marcelo.