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Eles



Eles

Passos de rumos certos, repetidos dia-a-dia,passos diferentes, alguns largos e lentos, outros mais curtos e rápidos. A pressa e a calma de quem vê a vida de forma diferente, ou de quem tem vidas opostas realmente.

A pressa de quem vem, a calma de quem vai. Ele com a pressa de quem vem a procura de algo que nem sabe o que é, à procura do tempo perdido, ou do tempo que se perderá, com os dias que se sucedem no atribuído viver que lhe pertence. Ela com a calma de quem vai em busca da fantasia, dos seus sonhos de menina, no seu mundo muitas vezes iludida, acreditando ser tudo aquilo que gostaria.

Passos diferentes, ambos distraídos, descompassados, mas com seus próprios ritmos. Ele com o olhar fixo de onde quer chegar. Ela perdida no céu que é onde se encontra todo o seu sonhar, o seu mundo á imaginar.Próximos e distantes, cada um com o seu próprio caminhar, por suas ruas e avenidas, mas na esquina do encontro ambos não poderão deixar de passar.

O choque de dois mundos, ele, ela e seus passos, pausados, em um só olhar, dele, dela. O foco, o céu. O certo, e incerto, e do que eram dois, à partir de então...

...Restou apenas esta história.









Dyane Priscila
Publicado no Recanto das Letras em 15/05/2007


"Do simples, o mais perfeito, eles. A resenha do amor divino, o desequilíbrio, equilibrado"

1 comentários:

Marcelo Novaes disse...

Oi, Pri!
Na imagem, "Eles" estão enraizados como uma e mesma árvore.No fim das contas, bem mais próximos do que sugeriria esse aparentemente "insuperável descompasso".

Bonito texto!

Beijos e abraços,

Marcelo.