05:15

- - -Do covarde a súplica





Transformou-se em covarde, que até bem pouco tempo atrás, ainda arriscava dizer boas verdades, mesmo que fossem as paredes brancas, do seu quarto, que quase todos os dias, está inundado, por suas lágrimas que lhe escorrem aos olhos tão fácil.

E sua dor não é a maior dor do mundo, mas pesa em seus ombros como se fosse, um mundo de dores, um castigo de Atlas.

Silenciosa caminha por seus pensamentos, e não consegue expressar tudo que sente a mais ninguém, e tudo fica tão guardado para si, que até parece inexistente, mas chamas a queimam por dentro, há tanta paixão, há tanta saudade... que pouco lhe cabe. Desabafa para si ouvindo uma canção que lhe diz, tudo aquilo que já não sabe mais dizer e apenas sente...

Um grito a toma por dentro. E o mundo gira lentamente, tentando aparentar força, dobra seus joelhos em súplicas eternas, por piedade ao seu coração que insistente ainda bate, envergonhado em ser covarde.

03:52

- - -Curta definição do complexo (Ela)




Todos dizem que ela tem um rosto de menina, mas ninguém lê seus pensamentos...
...Por que se pudessem fazê-lo, jamais diriam tal injuria.

Ela é uma mulher da cabeça ao pés, e cada particula que compõe seu corpo clama, por ter seus desejos atendidos.

Ela está vivendo um outro mundo paralelo ao seu mundo rotineiro, e tem gostado desse absurdo que é viver aventuras ilusórias e tão somente suas...

...Talvez futuramente, pesarão como suas mazelas. Mas por hora lhe basta o devaneio de que tudo lhe contenta em inteiro fato de que ser feliz não é um assassinato a pureza que lhe condenam os que lhe observam- -

- -Ela é bem mais do que podem ver...
...ela é a sorte de quem a pode sentir.

01:43

- - -Desbotando



Vai fingindo que está tudo certo, mesmo quando do céu, desbotam todas as cores. E não resta nada além do deserto assustadoramente cinza. Seus imaginários caem por terra, duendes e fadas criadas em um dia de sol, que virou chuva, que virou lama, que virou drama.

É da janela que assiste a todas as cenas, um cinema mudo, que lhe permite dar o tom incerto, também pudera, participar de tal trama, é um desejo inigualável, de ser telespectador inato. Para poucos, existe um registro, um traço, de um desenhista que figurava dores, e acertou em cheio na que sente aquele que se senta em frente a ausência das cores.

Tudo vira arte quando se arde, antes que o fogo queime-o por inteiro, e de tudo exista apenas o pó, que nada é mais, do que o vazio do consumido.

Existe um tempo, mesmo que esteja se esvaindo por entre dedos, de outras mãos que não as suas. Ainda perpetua, a crença imaculada de uma tragédia, real, vista como abstrata.

É permitido dissimular, acreditar no inacreditável, é permito sonhar e com isso fantasticamente torna real a possibilidade imutável de frustrar-se, mais uma vez das outras tantas, que guarda em sua gaveta trancada a dez chaves e um cadeado com o peso do mundo.

É no silêncio que se encontra as mais amplas respostas, das supostas dúvidas eloquentes que consomem o inconciente. Mas um som articulado e afinado ecoa, ao fundo de tudo...

...Esse silêncio é como uma linda dama, necessita ser conquistado, cuidado e amado. Não é fácil.

A noite chegará, o preto tomará o cinza. E mais uma vez, não se saberá, se haverão cores, para desbotar se assim tiver de ser, no remoto, próximo dia.



03:00

- - - La femme





Atrevida a setenciar seus dias, calada e aflita. Persegue a felicidade como uma divindade sumida.

Um não pertencer que lhe afugenta a alma, como não estar plena, serena e calma.

Vai percorrendo os dias, e eles à ela são intensos em suas horas intermináveis.

Quantos serão os sonhos em despedida?

E os que chegarão ainda alucinarão seu coração com batidas cadenciadas a calmaria.

Já não se sabe, de quantas faces se faz essa personalidade esquisita.

Mas já não teme a si, e aceita as dores que lhe cabe. Duvidável são as palavras, ainda divididas, entre o querer e o não saber o que quer. Está tentando dizer ao mundo quem é.

O que lhe importa o que pensarão sobre tudo que aprendeu sobre as dores, e as angústias intermináveis. Já não lhe darão razão e será como se estivesse morta.

Ela não morerrá, mesmo que seu corpo finde as mazelas humanas, e se entregue a uma enfermidade qualquer, há tantos males, mas nenhum irá abalar tudo que construiu sem perceber, um castelo de verdades, com marcas imensuráveis, de tentativas, frustrações e conquistas. Existe um coração e isso basta. Existe a razão e ela lhe questiona o bastante, para saber, onde ir e quando parar.

A vida lhe parece uma sentença de morte, florida. Um corredor de paredes densas, e altura que não se sabe onde chega. É um caminho fechado com uma única saída, mas não há controle o bastante para decidir a hora que tudo irá terminar.

Sem demorar e nem se apressar, ela digere cada ato indigesto, singularidades antagônicas, que confessa, que só se aprende com o tempo. Ela aceita os abusos da vida, ela permite o estupro de sua alma, sente prazer na dor e em sua melancolia. O prazer maldoso, que lhe atribui sabedoria. Ela é uma fêmea de pureza inata, e de força surrealista. Uma obra moderna, que Deus deu vida.

02:05

- - -De quanto tempo se faz uma vida




6:30.
Então você desperta de um sonho que não quis sonhar, abre os olhos alerta, querendo acreditar que não fora realidade, apenas um devaneio.

O sonho estava bom, e você mente para si, afirma a mentira e acredita.

De quantos sonhos se faz um mentiroso?
De quantas frustrações se faz um iludido?

Para essas perguntas restam apenas outras perguntas e você continuará se questionando, como se não fosse, mentiroso e iludido.

Volta a dormir tranquilo, sem receio, mas com um prazer malicioso de cada uma das cenas que até a pouco via em seus sonhos.

Existe um desejo fugaz de que o sonho continue, mas após tanto desprezá-lo, sabemos bem, que ele tinhoso, jamais voltará para o subconciênte de uma mente que mal aceita o que verdadeiramente quer.

6:35
Em pouco tempo se apaga e se alimenta imensas vontades.
De quantas noites se faz uma vida?
De quantos pesadelos se vive a realidade?



19:44

- - -Dizer



Imperdoável é o meu silêncio, não falar é estar nua de mim, despida e abandonada ao relento, das atenções que me alimento. Saber e não dizer é como uma morte escolhida, suicídio nada tranquilo. Há pessoas que são caladas, mas eu não aprendi a ser assim, e quando eu o sou, não sinto muito orgulho, as palavras inevitalvelmente me escapam, fazendo de mim um certeiro alvo, de reclamações, angústias, pesadelos e desabafos, prefiro assim, minha boca, as pessoas, as palavras e os sentimentos, são a parte perfeita de mim.

Assim como os risos, e as lágrimas que atrelam-se em desatino com cada coisa que eu digo, não gosto de frases sem sentido e de sentimentos ignorados, o belo vai do triste ao feliz, e a verdade, é que me cabe um silenciar apenas quando gargalho, ou quando os soluços atingem-me abruptamente. Conto histórias sem fim.

-- Vou fazendo do cotidiano um roteiro leviano, mais sentimento e leveza, mais pureza para viver enfim. - é preciso ter alma, é preciso ter calma, e não espero que me entendam, tampouco compreendam, as sutilezas que inflamo dentro deste ser que habito.

Pegando fogo eu grito, ardendo em sentimentos clamo: Estejam por perto, estejam quietos, ouçam-me.

As palavras me ardem à alma, as palavras me invadem e outrora ainda acreditei não ser assim.
Não desejo que sintam minha dor, e um pouco egoísta que sou, não pretendo que meu prazer em dizer seja compartilhado. Palavras são atos, desenhados, imaginados e sonhados. Ardentes!

Me envolvo sofrêga em prazer, há palavras que fazem doer e outras que de tão loucas me empregam um prazer libidinoso e voraz.

Vou dizer sem dizer; vou dizendo...



05:36

- - -Cortinas e escolhas



Ao fim do dia, sou apenas a mesma pessoa. Quando meus olhos se abrem e as cortinas do dia se fecham, demonstrando que o espetáculo se encerrou, estou eu sozinho observando o caminho de estrelas que se fazem em um céu que sempre está lá, mas nem sempre sou capaz de observar.

Não há como fugir, e por mais que eu queira, certas coisas jamais seram como eu gostaria, e o próximo dia irá se aproximar arrebatador, e o que farei eu se não houver mais esperança, e nem mesmo uma fagulha de crença de que eu, assim como tudo, pode mudar.

Os dias seram uma sequência repetida?
E os sonhos apenas sopros de ilusões malditas?

Eu já não sei o que esperar da vida. Ao me observar, perplexo. Existem emoções contidas, e outras que julgo conhecer, mas temo pela verdade, existe apenas a teoria.

O quanto sou capaz de ser feliz, ainda é uma idéia vaga. A felicidade é uma espaço desconhecido, do qual, exijo tantas maravilhas. Seriam elas utopias?

Faz um tempo que não sinto a paz necessária, para fechar meus olhos cansados, deslumbrados, cheio de vida.

Movido a uma velocidade incompreensível por inquietas paixões perturbadoras, ainda posso senti-las, mesmo que dia-a-dia, uma a uma, esteja se quebrando dentro de mim, e espalhando-se como larva quente queimando-me, e com minha paixão tento mantê-las desta maneira, por maior que seja a dor, por maior que seja o ardor, pois melhor que sejas assim, antes que tudo vire rocha, cinza, dura e sem vida alguma. Pedrificando-me, deixando apenas o desenho do caminho em dores e dramas.

Até quando minha paixão resistirá, os caminhos são poucos, a coragem é surpreendente, há forças que até mesmo eu desconhecia, mas quieto, ao fim do dia, sendo apenas quem devo ser, fecho meus olhos, em um rompante amedrontado, tentando fugir da inevitável verdade, de que a cada amanhecer, a chama reacende, mas se a apaga pouco a pouco em todo anoitecer.

Não há escolhas a fazer, apenas a certeza de que, posso morrer queimada em paixão, ou endurecida em solidão.

04:11

- - - Conduta amorosa


É tão bom poder te olhar.
Minhas mãos tentam,
mas não conseguem,
não há formas de lhe tocar.
E a distância se parece,
com um muro de vidro.
E a mudez se atreve,
a dizer o que jamais fora dito.
E eu constante sinto,
a ausência de você.
Sofro desmazelado e aflito.
Sobrevivo tentando entender,
como amar posso,
como o querer me devora,
como seu sorriso me aflora.
Imploro sorrindo o seu sorrindo,
ao vê-lo lágrimas de alívio.
Vou amando, querendo e caindo,
na verdade obsoluta de que a saudade,
é a conduta do nosso amor em sigilo.

02:09

- - -Valentina




Sentiu o vento tocando seu rosto, e a sua pele, arrepiava-se, caminhava tranquila por entre as ruas de um bairro amigável, de ruas largas e arvorizadas.

Havia um suave frescor em seus pensamentos, deleitava-se em contentamento, sentindo sua existência branda e fugaz, mas isso não lhe causava tormento, era suave seu existir, e sentia por entre seu corpo, percorrer um leve ardor de paixão por si, tremendamente apaixonante.

Observava misteriosamente os transeuntes, que lhe cruzavam o caminho, traziam lânguidos semblantes, causava-lhe certo espanto, passou a imaginar os ímpetos do destino que atormentavam e desviam a felicidade de cada um que cruzava seu caminho, por um dia ao menos, era capaz de não ser egoísta e avaliar o que estava além de si.

Continuava a caminhar desprenteciosamente por um caminho jamais feito em sua rotina, crianças e seus sons de infância, gritos, risos e murmurinhos. Senhores e senhoras, sentados em suas cadeiras debruçados em suas histórias, desfrutavam de mais uma manhã de sol.

Era estranho o dia, acostumada com a noite figurando devaneios secretos, o sol, não lhe concebia inspiração, ou imaginação, também pudera, quase não o conhecia, mas por hoje, resolvera, vivê-lo e conhecer as horas que se seguiam iluminadas, aparadas por sonhos ainda verdes, por ilusões resplandecentes, como dissera, para si, ela estranho o dia...

Tendo sua visão ofuscada pelo brilho do sol que já não mais cabia no céu de tão grande, tomou a rua oposta ao bairro, indo em direção ao centro da cidade, passos curtos, largados. Carros passavam com sua rapidez agoniante, havia por hora o som da adolescência, risos e mais risos, apelidos, incoerências, sons que passavam desapercebidos, na transição da calmaria para o burbulhão de afazeres e emoções diárias do mundo pulsante. A adolescência, passara em frente de um colégio, garotos e garotas, variando seus destinos, e se encontrando nas esquinas sorrindo, músicas ao fundo, em plena luz do dia, onde tantos viviam calmaria, eles perpetuavam uma semente da noite libertina, convidando os que os observavam silenciosamente para dançar e brindar a vida, que ainda estava sendo descoberta, beijos, abraços, bocas e sonhos. Realidades destruídas talvez, mas seus sons, sempre denotavam esperança.

Seu caminho seguia, agora imbuída do sentimento do desconhecido, ou do esquecido, atormentada por jamais ter se permitido tamanha loucura. Jamais ter experimentado uma viagem tão simples e próxima que não lhe custara nada, apenas a disposição de seu corpo, e de seus sentidos. Respirou profundamente o ar e mal o sentia poluído, era como se tudo houvesse tomado um tom diferente, e a música que ritmava sua vida, houvesse mudado seu ritmo, e agora não mais, levada por seus tons eletrônicos, pulsantes, da música contemporânea, permitia-se, dançar ao som, de uma suave melodia clássica...

...Caminhava,
envolvida por uma vida esquecida, julgada desconhecida.

Passeava por seu passado, e admirava seu futuro, e as possibilidades de vida. Estava em um labirinto mas não estava perdida, apenas não sabia a exatidão da saída, e continuava percorrendo as veias de uma pequena cidade, cheia de deleites e emaranhados sentimentos guardados, para quem os quisesse sentir.

Aguardava sem pressa o momento certo de atravessar uma avenida que dividia a cidade em duas metades, esperara o sinal vermelho, para que pudesse atravessá-la, estaria deixando novamente para trás tudo que a fizera sentir-se viva, tinha certeza que isso jamais aconteceria, e que dali em diante, cada novo dia, faria um caminho diferente, entre o passado, e lugares onde pudesse imaginar seu futuro, instantes duradouros, sinal verde, para a vida.

É o presente, som de buzinas, gente falando, a cidade não mais adormecida, respirava e despertava para seguir seu dia, realista, otimista, sabendo que tudo é muito mais do que parece, que existe beleza, e que o tempo cordenado, potente, mentiu. O caminho é longo, os dias são longos, e existe tanto a se conhecer, e que é imprescindível não se esquecer de reviver as quimeras que no passado existiam, e perpetuar os sonhos alimentando a beleza de existir, atrevessou a rua contente, entrou em um prédio, subiu 22 andares em um elevador moderno, adentrou um escritório com o ambiente tomado por um ar gélido, sentou à sua mesa, despiu sua sala, abrindo as cortinas, e avaliou, o quão grande é o espaço que a cerca, jamais aceitaria o fato de não conhecer tudo que podia, o mundo a esperava ao pôr-do-sol, o dia seguiria, sem mais rotinas, haveria a noite que já a incitava pelas suas supresas...

...E ao fim a certeza, de que haveria outro dia, outra vida, outra Valentina.



19:24

- - - Brincando de escrever




Estou brincando e me divertindo, escrevendo sobre as mazelas humanas, que tomam os dias que se sucedem pela vida. Repetidamente vou delineando os pesares, as maldades, as saudades, todos os sentimentos e os sentidos, que não são tomados, e as escolhas que são dadas a cada um pelo destino.

Percebo que nesta brincadeira, vou conhecendo o desconhecido, vou me tornando mais forte, vou me fazendo mais sábia. Percebo as diferenças, entre os seres, percebo as nuances das delicadas sensações humanas, e vou vivendo-as sem vivê-las.

E assim também, cometo os erros imperdoáveis, sem ferir a ninguém e ferindo o que me é suportável, a dor desta brincadeira não me incomoda, me transporta para um estado superior.

Quando crescemos aumentamos e restringimos nossa visão. Aumentamos pois a vida deixa de ser um conto de fadas, e restringimos, pois nos limitamos em poucos sonhos. Quando brinco de escrever, eu vou além do que toleram os adultos, viajo no espaço da infância e da maturidade, tornando realidade e dando cor as sensações intangíveis de alguém que não se permite, sonhar, que não se permite sofrer.

Escrever é ser criança, é ser adulto, é ser a fada e o monstro que assombra os sonhos, sem temer.

Nessa brincadeira irresistível, vou seduzindo à mim, emocionado a minha vida, alucinando dentro de um sobriedade envolvente. Escrever é terminantemente, minha loucura permitida, meu vício irreprimível, meu desejo lúcido e latente, as vezes nego meu desejo em brincar, mas quando brinco, o prazer é inegavelmente o meu maior deleite ao respirar.





01:46

- - - Um pouco mais vermelho



Alimentando quimeras, sobrevoando espaços não percorridos pelos outros, vou plantando sementes, sonhando com o verdadeiro sentimento de vida. Para mim a humanidade não está perdida, vejo por mim, aqui dentro ainda bate um coração!

São tantos os dias, que findam deixando marcas bem-vindas. As marcas que me orgulho em mostrar, não as escondo, são sorrisos eternos, abraços sinceros, beijos vermelhos de amantes verdadeiros.

A vida está repleta de mim, a vida está repleta de emoções não vividas, emoções que são contidas e não deveríam. Todos deveríamos surtar em delírios emotivos, beijar, amar e acalmar as dores alheias, os medos e temores.

Olhares atentos, percorrendo por dentro o ser que existe em cada um, além do que vemos, existe mais a oferecer, e não é sonho, é realidade passada ao descaso, não devemos continuar assim, sendo, sem ser.

Minhas mãos estão abertas, meus braços estendidos, esperando para abraçar o indescrítivel sentimento de amar. Preferes ser amado, ou odiado sem motivo algum?

Estou amando a quem não me ama, e não sei o que é sofrer.
Estou amando a quem me ama, e isso me alimenta, me bastanto de sentimento, para ser dado como presente, a alguém que existe como eu já não mais existo. Eu vivo!
Vou percorrendo os sentimentos mais puros. Vou vivendo.

Quem julga viver, a ação de fazer, atesta um erro perfeito, mas eu, vou seguindo a linha da imperfeição dos sentimentos, do correspondido ao incorrespondido, sedenta por sentir e não mais mentir a minha essência. Sou humana da cabeça aos pés, mas minha alma, hoje clama pelo amor e pela vida, dei-lhe asas, e vivo liberta das profanidades pequenas, dessa humanidade que tenta sobreviver em misérias falsas, em casos forjados de dor, quando no mundo existem tantos despejando amor.




"Ver que tudo pode retroceder
Que aquele velho pode ser eu
No fundo da alma há solidão
E um frio que suplica um aconchego"
Vermelho- Vanessa da Mata

03:11

- - -As lindas também peidam!



Em todos os lugares estão elas, as mulheres que fazem os homens ficarem de boca-aberta, com suas pernas delineadas, curvas perfeitas, pescoço alto, colo sedutor, cabelos sedosos como os dos comerciais de Tv. Exalam J'adore, é são as mulheres Dior. Gucci também, e por que não Dolce & Gabbana ?

Vestem-se sempre como se estivessem indo para um encontro perfeito, sedas, malhas finas, decotes ousados, mostrando e ressaltando tudo o que há de mais magnífico, criação divina!

Quem dera todos os homens que as observam tivessem alguma chance de trazê-las para perto deles. Essas mulheres são o sonho inalcansável, de todos os seres comuns, réles mortais, que satisfazem-se admirando-as, e imaginando os delírios mais incríveis.

Loiras, morenas, ruivas, negras, asiáticas, belezas diferentes que se completam alimentando os sonhos masculinos. Homens, são sonhadores, ainda mais quando se trata de mulher, e eles fantasiam os absurdos que os fazem gozar mais intensamente em suas noites solitárias.

Elas são sempre sensuais, sexuais, exuberantes, marcam cada passo e cada movimento, como se estivessem sendo fotografadas, pausam no seu melhor ângulo, mãos, dedos, cabelos sempre bem posicionados, são como uma linda pintura.

Mas digo à todos vocês, mulheres lindas também peidam!
E para vocês homens compreendo, essa realidade é dura.

Mulheres lindas, perfeitas, cagam, e garanto que se for necessário passam mais de 30 minutos dentro do banheiro e após saírem, restará apenas aquele cheiro.

Quando você a ver passar jamais será capaz de imaginar que a linda mulher que o deixa excitado apenas em observar seus passos, acabou de soltar um gás tão letal quanto o seu após ter comido aquela feijoada, mas ela desfarça faz cara de garota propaganda Calvin Klein!

E agora acredito que o sonho de vocês, será um pouco modificado, se um dia tiverem a chance de se relacionar com elas, acreditem, elas não ficaram em casa, os esperando com a sua melhor roupa, estaram com máscara facial, bob no cabelo, unhas borradas acabadas de pintar.

Afinal, para estarem na rua alimentando os sonhos alheios é preciso se preparar!

Homens saibam:
Mulheres lindas são como sonhos, que se desfazem. Roupa, cabelo, maquiagem.
E o que existe de verdade, é uma mulher comum, com sonhos e anseios, com dramas e TPM. Mal humor e bafo ao acordar, dor de barriga e necessidade absurda de peidar!

Mulheres perfeitas são como gases, se espalham pelo ar e deixam aquela vontade...








16:07

- - - Desconhecidos anseios



Pensando bem:

Tá faltando a graça e as palhaçadas que nos façam rir.

Tou contando desgraças, me emprestas uns dedos aí?

Nessa vida de mordaças, sou sadomasoquista por imposição!


Entre trapos e agrados,
na linha interminada, facetas montadas, é a minha opção.

Quero o seu riso mais intenso, seus olhos os mais atentos.

Existe uma nova constituição, constituída em descaso e embaraços sociais.

Na sarjeta glamurosa, seu brilho vencido ofusca a verdadeira visão.

De salto nas esquinas, despido no inverno, em frente ao restaurante passando fome;
não come, não desfila, não veste os panos da moda.

"Senhora me dá um trocado?"
Não, ela só tem notas de cem!

Vamos seguindo em nossos blindados, ignorando e ignorável, fingindo que está tudo bem!

Enquanto pagamos pela nossa felicidade, tendo a sorte dos que não tem,
criamos monstros invisíveis, que ao fundo do que não sabemos,
são crianças com anseios, e sonhos pequenos, e o simples desejo de uma vida verdadeiramente feliz.

02:45

- - - Benditos


São as construções que destroem tudo, verticalizações vertiginosas do eu em outrora, em estado absoluto. Perseguições mal sucedidas, de um dia que já existiu. A tentativa honrosa de glória, e a derrota obstinada, suada.

Mudos eloquentes, observam a trágica história. Olhares de gatos arregalados, traiçoeiros, sagazes e ferozes.
Esperando pela fração do seu coração que se parte, ao ser devorado em estado covarde. Já nem bate, não pulsa e não impulsiona a fome do vencedor.

Tamanha necessidade, em morte, sem sorte, vagando como um perdedor. O peito ao vento, sinais de desalento, olhar lânguido em lágrimas inoportunas, secando-as em vergonha.

É o caminho que lhe vale, sem valia alguma. A anulação do seu passado que não fora entalhado, escrito na terra de um vale qualquer, desmorona.

Descalço sedento, tremendo em densa solidão. Os observadores silenciam seus olhares, e aplaudem a mais uma desilusão. É a derrota que lhe cabe, é o frio que lhe invade.

És mais um cristão abençoado em imersão, emergindo dos valores apaixonados. Há um Deus que guiará seus passos, mas de seus irmãos, apenas os aplausos, ao descaso com seu coração, que pulsa vivo fora de seu corpo, amargando ingratidão.

02:14

- - - Lastimáveis almas



Ele está perdendo o fôlego, deixando o jogo o vencer e o medo o levar para o abismo. Terrível são os seus anseios, e ele já não pensa em mais nada além, os dias são curtos e as noites longas em devaneios, prazeres imensuráveis e notavelmente consumíveis horas aflitas em prazer que se finda, ao amanhecer.

Desperta para o nada, e se cala. Levanta-se e veste, suas vestes de rei.
Quem é esse homem que se levanta ao lado daquela moça bonita, de cabelos loiros, pele aveludada, olhar de príncesa amorosa, amedrontada. Ele nada lhe fala, apenas a observa, com pressa, desprezo e uma certa agonia que grita, desbravando a mudez que afligi todos os olhares que não os vêem.

E seu dia começa enfim.Vestido para governar sua vida desgovernada, falhas, lacunas disfarçadas.Não diz adeus, ou sequer qualquer palavra, joga cédulas de cem, na cama bagunçada, consome de forma saborosa seu pecado em existir. Calado, silencioso e certeiro, sabe o roteiro do seu dia, como uma máquina pré-determinada, programada a fazer o que tem que ser feito.

Ele a deixa jogada como uma companheira de noitada, paga, sem pedir!

Da porta que por ele foi fechada,dela escorrem lágrimas de sonhos frustados, que construíu, brincando de ser um príncipe encantado, mas ele é um rei devoto do diabo, despota, agressivo e safado, sem crenças e sem sonhos. Seu cavalo é negro, e carrega consigo apenas os medos, de homem que já foi deixado, agora vinga-se do amor, deixando marcas de desprezo, conquista todas as noites mais uma vítima, alimenta-a, com falsos sonhos, e a mata ao amanhecer, consumindo não só seu corpo, mas sua alma. Levando dela a dignidade, e o desejo de fazer o amor existir.

18:17

- - - Ciranda da liberdade


De mãos dadas, rodemos!

Atados no espaço infinito de viver, cantemos!

Entrelaçados em um ato de amor, suspiremos!

Correndo por entre espaços vagos, abracemos!

Serenos e neutros pulsando, dancemos!

Atentos ao campo minado, olhemos!

Suavizando emoções dolorosas, choremos!

Elevando sensações abruptas, riremos!

Indo além do que se deve, perseguiremos...
...na roda das emoções iremos,
sendo corpo, alma e mente. [Rodemos]

14:14

- - - Necessária saudade

Vou falar da ausência que congela meu peito lúcido em verdades...
... Falo a ti, da ausência chamada saudade.

Que vontade é esta que dispara o coração aflito perturbando a calmaria de uma amor já sentido?

É bem verdade que as lágrimas nos invadem quando este sentimento nos toma por inteiro, fazendo de nós meros brinquedos.

Não quero que brinquem comigo, não quero deixar ninguém aflito, por isso imploro: Esteja perto.

Que essa presença seja sentida em demasia, uma overdose de tudo de mais lindo, amor, carinho. Saudade não combina comigo!

Hoje eu a sinto, plena em ausência, dor que não é pequena, me queira pequenino como um menino. Cuide de mim, cuide de ti dentro deste meu coração ligeiro. Eu sou o seu desbloqueio para o passeio em um mundo de flores. Hoje, estão murchas as rosas que perfumam nossos amores. Tenho saudades até dos seus pavores, que eu acalentava dizendo-lhe com verdade "Tuda passa, dê tempo ao tempo".

Faça-me dizer a ti, o que quiseres, mas que eu o diga. Preciso sentir que precisas de mim. E se não precisar não fuja, apenas assopre em meus ouvidos a coesa liberdade que você vive em silêncio.

Mas se precisares de meus carinhos, minhas palavras e devaneios, grite para o mundo ouvir que é em mim, sim, somente em mim, lugar que encontra o pensamento permitido de ser frágil.

15:22

- - - Meu corpo e você



Espalme suas mãos no lençol, os arranhe e os segure com a força irreal do prazer silêncioso. Sinta seu cheiro em meu pescoço, aqueça meu corpo com o calor que esvai por entre suas pernas, no sentido oposto ao que adentro lhe invadindo por inteiro, sem medo.

Seus mistérios de gata selvagem se diminuem e se confundem com a malandragem de uma mulher muito vivida. Adoro você nos atos mais impensados da vida. Seu impulso neutro, translucido, querendo sempre mais de mim, querendo sempre a minha força, as minhas mãos com tamanha vontade de poder manipula-la como meu fantoche, neste ato, eu sou o seu senhor.

Vou te querendo de forma louca insensata, te marcando com minhas patas, sou seu animal acalentado por te ter, sou seu homem durante todo o seu viver. Sou tudo que queres, e com o olhar me pede "Quero mais de você".

Darei a você o melhor presente, espamos físico imuculado, sua morte momentânea, transcendência do seu sentir, se sentir como uma verdadeira mulher, em chamas, perfeita, absoluta, sem segredos ou dramas, você se querendo e se tendo, me querendo e recebendo, o melhor que posso lhe dar. Te completo e me complete senhora das horas, pois elas param para te ver mergulhar neste mar de prazer que se forma, no encontra absoluto entre eu e você.

04:22

Qual o sentido?



... Tem um bom tempo, que não consigo unificar letras, formando palavras e palavras para formarem frases, que façam algum sentindo, talvez essa ausência se dê, por toda a falta de sentido que tenho tido nos meus passos percorridos diariamente.

É inutil escrever o que ninguém entenderia, é preciso haver um sentimento mais profundo ao escrever mesmo que se fale sobre o vazio, é preciso haver verdade mesmo se for falar sobre desamor, e você jamais o tenha vivido (o que seria uma tremenda sorte).

Há dias que o sentido se encontra na pulsação forte embalada por um desejo louco de ser mais você, e neste momento encontra-se o sentido do porquê, de tudo ser como é, e o mundo se transfigura e sua imperfeita perfeição, jamais fizera tamanho sentido.

O mundo está a nossa frente, as pessoas ao nosso lado, sentimos os perfumes, ouvimos as suas vozes, olhamos os seus olhos, mas não sabemos quem elas são, e o sentido é não saber para onde iram, ou de onde estão vindo. E você para onde vai?

Qual é o sentido?
Vou seguir a nove de julho sentido centro, e encontrar algumas mulheres da vida vivida, e homens que se vestem com as cores do arco-íris, estampando no peito, que o sentido é ser diferente e viver a liberdade que os fazem existir. E as mulheres da vida, mostraram-me suas marcas, e suas histórias, e levantaram a bandeira da coragem, forjada com batom vermelho nos lábios.

O sentido é percorrer o infinito, permitindo que as barreiras se cubram de verdade e mostrem, quais são elas, dentre, vírgulas e pontos.

Vou seguir sentido centro de tudo que é imperfeito, mas que é o eixo correto para chegar ao ponto final de tudo isso, chegar ao deslumbramento que se torna o último rompante, onde o ar invade os pulmões com uma força tamanha que os arromba, partindo-os em pedaços, pequenos tais quais as estrelas que iluminam, seram meus fragmentos de vida, meu sopro, divididos com todos, registrado com o meu sangue, minha vontade, e minha lúcida loucura apaixonante de fazer com que cada esquina, conte, uma história que jamais será esquecida, eternizando o mais simples, o que seria simplesmente esquecido.

O sentido é nove de julho, sentido centro!

03:57

- - -Ser/Vivo



O tempo passa, e todos sabem disso, mas por vezes esqueço deste medo e mito, de que a vida corre depressa demais, e que é preciso ter pressa. Eu ando com calma, caminho pela vida, como caminho pelas esquinas em um dia de primavera. A vida é uma eterna primavera, onde a paixão é vivida com sua exuberância entorpecente, flores nascentes. E o que me basta, é vê-las crescendo, e me encantar com a sinuosa diferença, que transborda na essência de cada espécime.

Todos me dizem " Esteja alerta". Mas percorro distraída, com uma inteligência distinta, observando silenciosamente, os sinais de vida.

Existe vida em tudo que é imaterial, mas pela objetividade do que toco, prefiro sentir o que não é visto, tocando até o mais bruto objeto.

Seu corpo, é o que me faz alerta, apenas ele e nada mais, pois sinto os meus instintos.

Hoje eu apenas respiro, e isso me faz mais vivo do que qualquer outro ser com suas milhares de quimeras, quisera eu tê-las, quisera. Hoje tenho o ar invadindo meus pulmões, arrombando minhas entranhas virgens de vida, e a fumaça esquisita, me faz sentir o gosto amargo dos erros cometidos por outros. E outros, me ensinam a ser mais do que um reles ser vivo, sou humana, da cabeça aos pés, e um ser em minha alma, límpida, conhecedora dos devaneios ordinariamente mundanos.

Gritarei divagando, soluçando mágoas, gargalhando incertezas,a vida é uma beleza ímpar de loucuras muitas, onde cada passo dado é um abismo atravessado.

04:29

- - -Neutro




Ausentaram-se as palavras,
dos sentimentos que eu sentia.
Perdão, se as folhas hoje estão vazias.
Nem vírgula para pausar a intenção,
de ser suspiro aflito nestas noites lindas.
Perdão, se as folhas hoje estão vazias,
resta apenas solidão e o branco da emoção não sentida.

04:22

- - -Amar-te por amar




Ao despertar do relógio que acorda meu coração adormecido,
amor e temor- amor e terror- amor e dor.Rimas tão antigas.
E o mesmo amar, que eu já conhecia,
aindas mais forte, meu suporte para a vida.
Tu não acreditas?
Serás o olhar que eu não vejo,
Serás o calor que não me aquece,
Serás meu maior medo,
e o desejo que desejarei tantas vezes em intento,
de ser-te somente eu, contento, para a tua vida.
Sorriso distante, caminhada errante.
Somente um acerto, amar-te por amar.
Somente, despertar, pois há morte, quando evito amar-te e me ponho em silêncio, deixando ao vento os sentimentos ternos de um amor materno, sem limite ou preceitos.